Redação | 16 de agosto de 2025 - 09h45

Riscos das redes sociais para crianças e adolescentes exigem atenção e proteção

Especialistas alertam sobre a exposição de menores nas redes sociais e oferecem orientações para proteger a privacidade e segurança dos jovens.

"ADULTIZAÇÃO"
specialistas apontam que é fundamental que pais, responsáveis e educadores adotem medidas de proteção para garantir a segurança dos jovens nas plataformas digitais - (Foto: Joédson Alves/EBC)

As recentes denúncias do influenciador Felipe Bressanim (Felca) sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais acenderam um alerta sobre os riscos que essas plataformas podem representar para a privacidade e segurança dos jovens. As críticas intensificaram o debate sobre a falta de regulamentação no uso de imagens de menores de idade na internet.

Especialistas apontam que é fundamental que pais, responsáveis e educadores adotem medidas de proteção para garantir a segurança dos jovens nas plataformas digitais. A ativista Sheylli Caleffi destaca a importância de respeitar as faixas etárias indicadas pelas plataformas, como Instagram (para maiores de 16 anos), TikTok e WhatsApp (para maiores de 13 anos). Ela reforça que os responsáveis devem garantir que as informações de idade dos usuários estão corretas e acompanhar as configurações de privacidade nas redes.

Escritora e ativista pela erradicação da violência sexual Sheylli Caleffi - (Foto: Elton Nobrega/EBC)

Além disso, Caleffi recomenda que qualquer conta de crianças ou adolescentes seja privada, para restringir o acesso a pessoas não autorizadas. Ela também alerta sobre os riscos que surgem quando familiares publicam fotos ou vídeos de menores em seus próprios perfis, podendo expor as imagens de forma insegura em um ambiente de alcance global.

A pesquisa TIC Kid Online revela que 93% da população brasileira entre 9 e 17 anos utiliza a internet, sendo que 83% desses jovens possuem perfil em redes sociais. Embora os dados mostrem que as redes sociais são parte do cotidiano dos adolescentes, é essencial que os pais mantenham um controle ativo sobre o que é compartilhado e com quem.

A professora Vládia Jucá, da Universidade Federal do Ceará, reforça que o cuidado com crianças e adolescentes deve ser coletivo, envolvendo tanto as famílias quanto os órgãos públicos. A atuação conjunta de escolas, serviços de saúde e assistência social é essencial para garantir uma rede de proteção eficaz.

A professora associada do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) Vládia Jucá  - (Foto: Arquivo Pessoal)

Em relação à chamada "adultização" nas redes sociais, especialistas alertam para o impacto psicológico de colocar crianças em contextos de conteúdo adulto, como o uso de roupas e maquiagem inadequadas para a idade. Esse fenômeno também pode ser observado fora das redes, com crianças de tenra idade lidando com questões de imagem corporal e dieta.

Além da vigilância das famílias, é importante que as autoridades fortaleçam a regulação das plataformas digitais, promovendo a proteção integral dos direitos das crianças e adolescentes. A educação sobre os perigos das redes sociais e a escuta ativa dos jovens nas escolas e outros espaços de convivência também são ferramentas cruciais para prevenir abusos e garantir um ambiente virtual mais seguro.