Luís Eduardo Leal | 15 de agosto de 2025 - 20h30

Ibovespa fecha a semana com leve alta de 0,31%, mantendo cautela entre investidores

Com ganhos modestos e ajustes no mercado global, Ibovespa registra leve avanço de 0,31% na semana, enquanto investidores aguardam reunião entre Trump e Putin

IBOVESPA
Ibovespa fecha a semana com leve alta de 0,31%, mantendo cautela entre investidores. - (Foto: Envato Elements)

O Ibovespa terminou a sexta-feira, 15, praticamente estável, refletindo a cautela global dos investidores e a falta de catalisadores significativos. O índice registrou uma leve queda de 0,01%, fechando em 136.340,77 pontos, mas ainda assim terminou a semana com um avanço de 0,31%, em linha com o fechamento de 136 mil pontos.

Durante a sessão, o índice oscilou entre a mínima de 135.583,07 pontos e a máxima de 136.431,44 pontos, com um giro financeiro de R$ 24,6 bilhões, influenciado pelo vencimento de opções sobre ações. No ano, o Ibovespa acumula uma valorização de 13,35% e, na primeira quinzena de agosto, subiu 2,46%.

O desempenho do índice foi impactado por poucos papéis de destaque, com o Banco do Brasil ON sendo o grande vencedor do dia, subindo 4,03%, apesar das expectativas negativas em relação ao seu balanço do segundo trimestre. Por outro lado, as ações de commodities como Vale e Petrobras apresentaram leves perdas, limitando um ajuste negativo mais forte.

No lado positivo, os destaques foram Marfrig (+8,75%), Pão de Açúcar (+6,74%) e BRF (+5,62%). Já na ponta oposta, Embraer (-4,21%), São Martinho (-3,67%) e CSN (-2,87%) sofreram quedas consideráveis.

Felipe Moura, estrategista da Finacap Investimentos, explica que a alta no Banco do Brasil reflete a precificação do pessimismo que já estava embutido nas expectativas do mercado. “Apesar de um resultado abaixo das expectativas, a reação do mercado foi mais positiva devido ao efeito já precificado do balanço do banco”, afirmou.

Bruna Centeno, economista da Blue3 Investimentos, também observou o impacto das decisões nos EUA, como a alta dos juros futuros americanos, alimentada pelos dados mais fortes do varejo e pela inflação do atacado, o que esfriou as apostas em cortes de juros. “Com a economia americana se mostrando forte, as perspectivas para o Federal Reserve manter os juros mais altos têm aumentado”, disse.

O cenário para o curto prazo, no entanto, segue dividido. O Termômetro Broadcast Bolsa apontou uma queda na previsão de alta para o Ibovespa na próxima semana, que passou de 50% para 37,5%, enquanto a expectativa de estabilidade subiu para 25%. A expectativa de queda se manteve em 37,5%.

A atenção do mercado global também estava voltada para a reunião entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, que acontece no Alasca. A cúpula, que deve durar várias horas, discutirá as relações bilaterais e a situação da Ucrânia, com Trump afirmando que busca um acordo de cessar-fogo, sendo otimista quanto ao resultado do encontro.

Esse cenário de incerteza externa, aliado a fatores internos como o desempenho das empresas brasileiras, deve continuar impactando o Ibovespa nas próximas sessões.