Alckmin defende parceria com China e critica tarifas dos EUA
Durante inauguração de fábrica chinesa em SP, vice-presidente afirmou que Brasil manterá diálogo com ambos os países
RELAÇÕES EXTERIORESO vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, reforçou nesta sexta-feira (15) que o Brasil continuará a investir em relações comerciais com a China, mesmo diante das recentes tensões com os Estados Unidos, que elevaram tarifas sobre produtos brasileiros para até 50%.
A declaração foi feita durante a inauguração da nova unidade da montadora chinesa GWM, no interior de São Paulo. Segundo Alckmin, a aproximação com o mercado chinês não interfere nas tentativas de reaproximação com os Estados Unidos.
"O Brasil quer continuar essa parceria com a China, esse diálogo e essa negociação. Nós vamos continuar a negociação para retomar as exportações aos EUA e o maior comprador do Brasil é a China, isso não é incompatível, pelo contrário: o comércio exterior aproxima os povos e traz ganho de eficiência", afirmou.
Críticas às tarifas americanas
Alckmin voltou a criticar as medidas adotadas pelos Estados Unidos, que recentemente impuseram sobretaxas sobre alguns produtos brasileiros. Para ele, o movimento foi "injusto e incompreensível", principalmente porque os EUA mantêm superávit na balança comercial com o Brasil.
"O Brasil é bom parceiro e continuará com o diálogo e a negociação", reforçou o vice-presidente, ao ser questionado sobre as falas do ex-presidente Donald Trump. Na véspera, Trump classificou o Brasil como "horrível" em termos comerciais com os EUA, o que gerou repercussão negativa no governo brasileiro.
Investimentos continuam chegando ao Brasil
Apesar da tensão diplomática com os norte-americanos, Alckmin demonstrou otimismo com o ambiente econômico no país. De acordo com ele, a chegada de novas empresas estrangeiras é um sinal da confiança no mercado brasileiro. "Nos últimos dois anos e meio, sete montadoras instalaram fábricas no Brasil", destacou, mencionando o exemplo da GWM.
A fábrica da Great Wall Motors, inaugurada nesta sexta, é mais uma etapa da expansão da indústria automobilística chinesa no país. A planta deve gerar empregos e movimentar a economia da região onde foi instalada.
Comércio como ponte, não como barreira
Para Alckmin, o comércio exterior deve ser visto como uma ferramenta de aproximação entre países e não como um obstáculo. Ele defendeu a convivência de parcerias múltiplas e reafirmou que o Brasil seguirá comprometido com o diálogo.
"A integração econômica não exclui ninguém. A China é nosso maior parceiro comercial, e isso pode caminhar junto com a negociação com os Estados Unidos", concluiu.