Veja o que se sabe sobre a prisão de Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma
Ministério Público de São Paulo apura corrupção envolvendo auditores fiscais e grandes varejistas
NACIONALO empresário Sidney Oliveira, fundador da Ultrafarma, foi preso temporariamente na terça-feira, 12 de agosto, em São Paulo, durante a Operação Ícaro, do Ministério Público do Estado (MP-SP). A investigação apura um esquema de corrupção de mais de R$ 1 bilhão, envolvendo auditores fiscais da Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz-SP) e grandes empresas do varejo.
Além de Sidney, a operação prendeu Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, e Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal da Sefaz-SP. Segundo o MP-SP, os fiscais manipulavam processos administrativos para favorecer empresas em troca de pagamentos por meio de empresas de fachada, como a Smart Tax, ligada à mãe de Artur.
O empresário da Ultrafarma foi incluído na operação após a descoberta de centenas de e-mails trocados com o fiscal e funcionários da empresa, além do uso de certificado digital da Ultrafarma por Artur para protocolar pedidos de ressarcimento tributário. A investigação ainda aponta pagamento de R$ 1,2 milhão a advogado para tentar encerrar processos e ocultar participação em crimes.
Sidney passou por audiência de custódia na quarta-feira, 13 de agosto, e teve a prisão temporária mantida. A medida, com prazo inicial de cinco dias, foi justificada pelo risco de o empresário pressionar ou intimidar funcionários da Ultrafarma durante os depoimentos.
O MP-SP também investiga outras empresas do varejo envolvidas, incluindo Grupo Nós (Oxxo), Rede 28, Kalunga e distribuidora All Mix.
Histórico dos envolvidos:
Sidney Oliveira: iniciou carreira em farmácia aos 12 anos; fundou a Ultrafarma no início dos anos 2000, que hoje conta com seis unidades próprias e mais de 400 licenciadas.
Mário Otávio Gomes: diretor estatutário da Fast Shop desde 2014; trabalha na empresa há mais de 30 anos.
Artur Gomes da Silva Neto: supervisor da Diretoria de Fiscalização da Sefaz-SP, responsável por manipular processos administrativos.
A Fast Shop afirmou que ainda não teve acesso à investigação e que está colaborando com as autoridades. A Ultrafarma não se manifestou até a publicação desta notícia.