Redação | 14 de agosto de 2025 - 15h55

EUA revogam vistos de dois brasileiros ligados ao programa Mais Médicos

Secretário do Ministério da Saúde e ex-funcionário da OPAS são alvo de sanção do governo Donald Trump

MUNDO
Mozart Júlio Tabosa Sales teve seu visto dos EUA revogado pela gestão Trump - Foto: Reprodução/Divulgação M. da Saúde

O governo dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira, 13 de agosto, a revogação de vistos de dois brasileiros, incluindo o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Júlio Tabosa Sales, e Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo brasileiro e atual coordenador para a COP-30 na OTCA. A medida foi divulgada pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, e marca a primeira vez que uma autoridade do governo Lula sofre sanção desse tipo.

Segundo o governo americano, a ação é uma resposta ao que consideram irregularidades no programa Mais Médicos, criado no governo Dilma Rousseff para levar médicos a regiões carentes e periferias. Rubio afirmou que o programa teria vínculos com o regime cubano, caracterizando um esquema de trabalho forçado.

Mozart Sales afirmou, em publicação no Instagram, que a sanção é “injusta” e reafirmou a importância do programa. “O Mais Médicos garante atendimento de saúde a milhões de brasileiros e representa a essência do SUS”, disse o secretário.

Alberto Kleiman, que atuou em governos do PT e na Organização Pan-Americana da Saúde, também teve o visto revogado. Ele trabalhou em programas que intermediavam a contratação de médicos cubanos no Brasil e atualmente coordena atividades ambientais na OTCA.

A revogação de vistos integra uma série de medidas de restrição do governo americano contra integrantes do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS, relacionadas ao programa Mais Médicos e a contratos com profissionais cubanos. Até agora, apenas ministros do STF, o procurador-geral da República e familiares haviam sido afetados por sanções semelhantes.

A medida aumenta a tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos e levanta preocupações sobre possíveis novas sanções a membros do governo federal.