Hugo Motta Se Preocupa com Discussão sobre Fim do Foro Privilegiado
Presidente da Câmara vê com cautela a proposta de mudanças no julgamento de parlamentares; ainda não há consenso sobre a questão.
FIM DO FOROO presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), demonstrou preocupação com a atual discussão sobre o fim do foro privilegiado, destacando a complexidade do tema. Em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (14), ele afirmou que não há consenso sobre a proposta de mudança na Constituição, que atualmente atribui ao Supremo Tribunal Federal (STF) a competência para processar e julgar parlamentares.
Parte dos deputados defende a ampliação da competência para outros tribunais, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e os Tribunais Regionais Federais (TRFs), argumentando que o modelo atual permite perseguição política sem a possibilidade de recursos. Porém, Motta questiona o real objetivo da mudança e ressalta a necessidade de um debate mais aprofundado sobre o tema.
"Essa é uma discussão complexa. Eu vejo, hoje, essa questão do foro com muita preocupação. Acho que tem que saber qual é o texto, o que está sendo discutido. Isso não pode dar a impressão de que a Câmara está buscando impunidade", declarou Motta.
O presidente da Câmara também reconheceu o desconforto de alguns parlamentares com a atuação do Supremo, mas destacou que não é possível afirmar que há uma maioria favorável ao fim do foro. "Há incômodos com algumas interferências do Supremo, mas eu não consigo afirmar que há uma maioria pela aprovação do fim do foro", afirmou.
Além disso, Motta mencionou um clima de "instabilidade institucional" no Brasil, com tensões entre os Três Poderes e a antecipação das disputas eleitorais de 2026, prevendo desafios para o ambiente político na Câmara. "Não teremos vida fácil do ponto de vista da discussão política interna do plenário", concluiu.