Redação | 14 de agosto de 2025 - 07h33

Setor agro cobra definição de juros para aderir ao Brasil Soberano

Famasul quer clareza nas condições de crédito antes de decidir participação em programa federal

ECONOMIA
: Fachada da Famasul, em Campo Grande (MS) - (Foto: Divulgação/Famasul)

A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) avalia com cautela o programa Brasil Soberano, lançado pelo governo federal na quarta-feira (13) por meio da Medida Provisória 1.309/2025. A principal dúvida do setor é a taxa de juros dos empréstimos previstos.

O programa prevê R$ 30 bilhões em crédito para empresas afetadas pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, com a condição de manutenção de empregos. Também estabelece desoneração parcial das exportações, com alíquotas de até 3,1% para médias e grandes empresas e de até 6% para micro e pequenas, medida que deve gerar renúncia fiscal de R$ 5 bilhões até 2026.

Para a Famasul, antes de contrair novos financiamentos, é preciso identificar mercados capazes de absorver a produção e evitar desequilíbrios entre oferta e demanda. A entidade cita a dificuldade de redirecionar vendas, lembrando que o acordo comercial do Mercosul está há 25 anos sem conclusão.

A federação defende que o Brasil negocie diretamente com os Estados Unidos para tentar reduzir os impactos. Outras entidades do setor produtivo, como Fecomércio-MS, Fiems e Sicadems, foram procuradas pela reportagem, mas não se manifestaram até a publicação desta edição.