Bruno Accorsi | 12 de agosto de 2025 - 19h15

O tetracampeão da F1, Sebastian Vettel, defende sustentabilidade durante Rio Innovation Week

O tetracampeão mundial de F1 fala sobre mudanças climáticas, o futuro do planeta e a evolução de jovens pilotos, como Gabriel Bortoleto, durante sua visita ao Brasil

RIO INNOVATION WEEK
Sebastian Vettel falou sobre mudanças climáticas e seu envolvimento com a causa - (Foto: Pedro Kirilos/Estadão)

Nesta terça-feira, 12 de agosto, o tetracampeão mundial de Fórmula 1, Sebastian Vettel, esteve no Brasil para discutir as mudanças climáticas e os projetos de sustentabilidade, durante sua participação no Rio Innovation Week, evento de inovação do país. Acompanhado de uma reflexão profunda sobre o futuro do planeta, Vettel falou sobre o papel da Fórmula 1 em tornar-se mais ecológica e o caminho que ainda precisa ser percorrido para diminuir o impacto ambiental da categoria.

Embora tenha elogiado a recente adoção de combustíveis 100% sustentáveis na Fórmula 1, Vettel acredita que a categoria precisa acelerar as mudanças. “A pegada ecológica dos carros é relativamente pequena em comparação com o resto da logística. O impacto vem das viagens entre corridas, por exemplo. A F1 já está avançando, mas há muito mais a ser feito”, afirmou o piloto, ressaltando as novas regras que entrarão em vigor no próximo ano para a mudança nos motores e a redução da pegada de carbono.

Desde sua aposentadoria, Vettel tem se aprofundado em causas climáticas e de justiça social, um posicionamento que surpreende por vir de um esporte frequentemente associado a altos índices de poluição. O ex-piloto revelou que, após muitos anos competindo, começou a perceber as mudanças ambientais ao visitar os mesmos locais a cada temporada. "Eu via a floresta na Malásia, próxima ao circuito, mas com o tempo ela desapareceu, substituída por plantações de óleo de palma", comentou. Essa observação o levou a um certo pessimismo sobre o futuro do meio ambiente, mas também a buscar respostas, encontrar pessoas positivas e otimistas que o inspiraram a seguir em frente.

Vettel afirmou que planeja trabalhar nos bastidores da F1, mas que voltar a pilotar está fora de questão - (Foto: Pedro Kirilos/Estadão) 

Vettel também destacou uma visita recente à Amazônia como uma experiência profundamente impactante. Ele refletiu sobre seu tempo na Fórmula 1 e admitiu que demorou a se posicionar sobre questões relevantes. "Demorei para me abrir e falar sobre o que é importante para mim. Talvez esse seja um dos meus arrependimentos", disse. Para ele, a mudança é urgente, e a nova geração de pilotos precisa se posicionar de forma mais ativa sobre questões que vão além das pistas, com o exemplo de Lewis Hamilton sendo uma grande referência.

Ao ser questionado sobre o futuro da Fórmula 1 e sua possível volta à categoria, Vettel foi claro: “Pilotar não está nos meus planos, mas adoraria trabalhar nos bastidores para ajudar a influenciar mudanças”. A F1, para ele, precisa continuar evoluindo, não apenas no que diz respeito ao desempenho dos carros, mas também no que se refere à responsabilidade ambiental.

Durante a palestra, Vettel também comentou brevemente sobre o piloto brasileiro Gabriel Bortoleto, a quem chamou de "promissor". "Ele está progredindo bem, aprendendo rápido e indo na direção certa. Embora o carro não seja o mais competitivo, isso ajudará a desenvolver as habilidades importantes para a F1. Estou confiante de que ele vai chegar lá", afirmou, destacando a esperança de que o Brasil tenha mais motivos para se orgulhar na Fórmula 1 nos próximos anos.

A visita de Vettel ao Brasil foi mais uma oportunidade para reforçar seu compromisso com a sustentabilidade e a justiça social, destacando a responsabilidade de todos, inclusive dos esportistas, em cuidar do futuro do planeta.