Karina Ferreira | 12 de agosto de 2025 - 18h45

Governo Lula defende Pix após investigações dos EUA e memes nas redes sociais

Publicação oficial do governo destaca o sucesso do sistema de pagamento brasileiro e ironiza investigações dos EUA, que questionam práticas comerciais em relação ao Brasil

PIX
O presidente Lula em pronuncimento sobre as tarifas de Donald Trump, em julho de 2025 - (Foto: Divulgação/PR)

Na terça-feira, 12 de agosto, o perfil oficial do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou um vídeo defendendo o sistema de pagamento brasileiro, o Pix. Com uma linguagem leve e divertida, repleta de memes, o governo afirma que o modelo foi tão bem-sucedido que agora está "incomodando uma das maiores potências do mundo". "É nosso, ninguém toma", finaliza a publicação.

O vídeo surge em meio a uma disputa com os Estados Unidos, iniciada por Donald Trump e intensificada por uma investigação que questiona práticas comerciais entre os dois países. O Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) anunciou que investigará se as "práticas comerciais" do Brasil são injustas para os americanos, mencionando especificamente "serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo brasileiro", embora o Pix não tenha sido citado diretamente.



A peça publicitária do governo esclarece que o Pix foi idealizado pelo Banco Central, em 2018, e não pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como muitos erroneamente acreditam. "Basta uma pesquisa rápida para ver que o Pix foi concebido lá em 2018. Portanto, antes do governo anterior, e quem criou não foi presidente nem ministro nenhum. Mas servidores públicos do Banco Central. E poxa, vamos combinar, isso torna mais legal ainda, né?", afirma o vídeo.

Apesar de ter sido lançado oficialmente em 2020, durante o governo Bolsonaro, o Pix foi uma ideia originada no governo Michel Temer (MDB), com o planejamento iniciado em 2018. Na época, Bolsonaro demonstrou desconhecimento sobre o sistema de pagamento, confundindo o termo com algo relacionado à aviação civil.

A postura do governo brasileiro, ao utilizar memes e uma comunicação informal nas redes sociais, reflete a estratégia adotada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) sob a liderança de Sidônio Pereira. A iniciativa visa fortalecer a narrativa do governo, defendendo o sucesso do Pix e desafiando as investigações externas que visam questionar a autonomia e o impacto do sistema de pagamento no comércio internacional.