Redação, O Estado de S. Paulo | 12 de agosto de 2025 - 18h15

Influenciador Hytalo Santos é banido do Instagram e TikTok após denúncias de Felca

Denúncias de adultização e exploração de menores em redes sociais geram controvérsia. Hytalo é acusado de expor jovens de forma vexatória e sexualizada, levantando um debate sobre a segurança infantil online

POLÊMICA
Hytalo Santos tem conta no Instagram desativada após denúncia de Felca. - (Foto: @hytalosantos via Instagram)

O influenciador Hytalo Santos, que acumulava mais de 20 milhões de seguidores no Instagram e no TikTok, teve suas contas desativadas após acusações de exploração de menores em suas redes sociais. A denúncia foi feita por Felca, um Youtuber que abordou o problema da adultização e da sexualização de crianças em plataformas digitais.

Felca identificou Hytalo como um dos principais responsáveis por promover conteúdos que exibem crianças e adolescentes de maneira inadequada, utilizando-os em postagens de teor sexualizado ou vexatório. Além disso, o Youtuber alertou para o funcionamento dos algoritmos das redes sociais, que, segundo ele, favorecem a entrega desses conteúdos a redes de pedofilia. Hytalo, conhecido por exibir sua vida de luxo ao lado de jovens que chama de "filhos", está sendo investigado pelo Ministério Público da Paraíba.

A situação ganhou ainda mais atenção quando uma de suas "afilhadas", Kamylinha, uma adolescente de 17 anos, gerou polêmica ao anunciar que estava grávida. O anúncio, feito de forma sensacionalista por Hytalo, levantou suspeitas sobre a exploração de sua imagem. Pouco tempo depois, Hytalo alegou que Kamylinha sofreu um aborto espontâneo, o que gerou mais controvérsia. Kamylinha, que é mostrada por Hytalo desde os 12 anos, tem uma conta com mais de 10 milhões de seguidores no Instagram, que também foi suspensa após as acusações.

O caso de Hytalo não é isolado. Influenciadores como Felipe Neto, Fabi Bubu e Ismeiow também se manifestaram sobre a exploração de menores nas redes sociais, apontando uma prática crescente entre influenciadores digitais. Em um vídeo de 50 minutos, Felca detalhou diversos casos de exploração infantil, incluindo o de Hytalo, e mostrou como os algoritmos das plataformas favorecem conteúdos de crianças para públicos de risco, como pedófilos. O vídeo, publicado em 7 de agosto, já conta com mais de 31 milhões de visualizações.

Felca também mencionou outros exemplos de menores de idade sendo explorados, como o canal "Bel Para Meninas", que levou a uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro, e o caso da adolescente Caroliny Dreher, que teve sua imagem vendida para redes de pedófilos.

Em resposta à acusação, Bel, agora com 18 anos, defendeu seus pais e afirmou que os vídeos divulgados sobre ela em sua infância foram baseados em "fake news", reforçando que a decisão de aparecer nas redes sociais partiu dela mesma e de sua família, que, segundo ela, agiu com boas intenções.

A denúncia de Felca e a investigação de Hytalo Santos destacam uma questão urgente: a segurança das crianças e adolescentes nas redes sociais. A utilização de menores de idade para fins comerciais e sensacionalistas não é uma prática nova, mas ganhou proporções alarmantes com a disseminação de conteúdo nas plataformas digitais. O debate sobre a adultização nas redes sociais é crucial para garantir a proteção de menores e a responsabilidade dos influenciadores no trato com suas audiências mais jovens.