Em MS, Fernando Morgado afirma que TV e rádio garantem 100% de audiência humana
Em palestra em Dourados, especialista afirma que, ao contrário da internet, rádio e TV entregam público real, com credibilidade e eficiência
PUBLICIDADENa noite de segunda-feira (04), o auditório da Unigran, em Dourados, a 250 km de Campo Grande, virou palco para o 1º Encontro Regional de Rádio e TV. Representantes da radiodifusão, da publicidade e autoridades do Mato Grosso do Sul se reuniram para ouvir, entre outros, o consultor e professor Fernando Morgado.
Fernando Morgado apresenta gráficos de audiência comparando TV, rádio e outras mídias, durante o 1º Encontro Regional de Rádio e TV, em Dourados (MS).
Logo no início, ele trouxe um dado que fez muita gente ajeitar-se na cadeira: mais da metade do tráfego global da internet é gerado por robôs (fonte: Bad Bot Report, relatório anual produzido por uma consultoria internacional especializada em monitorar e classificar o tráfego automatizado na internet). "Robô não compra, não vai ao posto de saúde, não vota", disse, pausando para o efeito da frase. "Se você investe onde metade da audiência não é humana, está jogando parte do dinheiro no lixo." Segundo ele explicou, o estudo distingue três tipos de tráfego: humano (cerca de 49% em 2023), bons robôs (como os crawlers do Google, que indexam páginas) e maus robôs (programas que roubam dados, invadem sistemas e cometem fraudes).
Morgado insistiu que não se trata apenas de uma discussão técnica, mas de um problema que afeta diretamente o retorno sobre investimentos em comunicação. "Na televisão e no rádio, 100% da audiência é humana. Essa é uma vantagem que nenhuma plataforma digital pode oferecer."
Para sustentar o argumento, apresentou comparações: para alcançar o mesmo resultado de um investimento de R$ 1 mil no rádio, seriam necessários R$ 2,6 mil no Facebook. E mais: enquanto um comercial de TV consegue prender a atenção de mais da metade do tempo, anúncios em redes sociais mal passam de alguns segundos. "No rádio, o ouvinte está presente, atento, mesmo que esteja no trânsito ou no trabalho. No digital, o usuário pula o anúncio antes de terminar a primeira frase", provocou.
No encerramento, Morgado deixou três máximas que, segundo ele, devem nortear qualquer estratégia de mídia: "As mídias não se substituem, se acumulam"; "cada uma atende a momentos e demandas específicas"; e "o que morre não são as mídias, mas os aparelhos e métodos ultrapassados".