Por Renata Freires | 11 de agosto de 2025 - 09h25

Do controle à empatia: a evolução da liderança e o papel do RH

Renata Freires (*)

ARTIGO
Renata Freires - (Foto: Divulgação)

Falar sobre liderança no século XXI é reconhecer que vivemos em um tempo de mudanças constantes, em que tecnologia, diversidade, novas formas de trabalho e demandas por bem-estar se misturam diariamente. Nesse cenário dinâmico, o papel da liderança vai além da definição de metas: ela precisa ser um elo entre estratégia e pessoas. Para isso, o RH ganha protagonismo como agente de escuta, acolhimento e construção de ambientes saudáveis e produtivos.

Uma pesquisa da Deloitte mostrou que 80% das empresas reconhecem a importância do bem-estar emocional no desempenho profissional, mas apenas 12% se consideram preparadas para lidar com o tema. É nesse ponto que a liderança precisa evoluir: um bom líder hoje não é apenas técnico, mas também empático, acessível e apto a lidar com temas como saúde mental, pertencimento e propósito.

Um exemplo prático dessa transformação está na adoção de políticas de escuta ativa e feedback contínuo. Empresas como a Natura, por exemplo, implementaram programas de desenvolvimento de líderes focados em empatia e comunicação não violenta, com impacto direto na retenção de talentos. Já a Ambev criou um canal de acolhimento psicológico com atendimento 24 horas e ações voltadas à saúde emocional dos times.

Nesse contexto, o RH deixa de ser apenas um departamento operacional para assumir um papel estratégico. É ele quem prepara os líderes para essa nova realidade, implementa treinamentos focados em soft skills, propõe modelos de trabalho mais flexíveis e acompanha indicadores de clima organizacional. Além disso, torna-se o guardião da cultura e da saúde emocional da empresa, atuando de forma integrada com as lideranças para prevenir crises e promover bem-estar.

Liderar no século XXI exige mais do que competências técnicas. Exige sensibilidade, visão ampla e parceria com um RH fortalecido. As empresas que compreenderem essa nova lógica estarão mais preparadas para atrair talentos, manter equipes engajadas e enfrentar os desafios de um mundo que se reinventa a cada ano — colocando as pessoas no centro de suas estratégias.

(*) Renata Freires é fundadora da RHF Talentos, a maior e mais antiga franquia de RH do país. É formada em Administração e possui pós-graduação em Gestão de Pessoas.