10 de agosto de 2025 - 09h35

Metade das demissões em 2024 está ligada a problemas comportamentais, aponta estudo da PUCPR

Pesquisa revela que empresas valorizam habilidades socioemocionais e que atualização constante é chave para manter a empregabilidade

ECONOMIA
Estudo indica que profissionais que investem em atualização e autoconhecimento têm mais chances de permanecer no mercado. - Foto: Divulgação

Um levantamento do 6º Observatório de Carreiras e Mercado, realizado pelo PUCPR Carreiras, apontou que 50% das demissões registradas em 2024 no Brasil foram motivadas por questões comportamentais. Em seguida, aparecem a automação de atividades e a redução de custos, cada uma responsável por 25% das dispensas.

O estudo ouviu 3.631 estudantes, 3.655 ex-alunos e 583 empresas da área de recursos humanos. Segundo a coordenadora do PUCPR Carreiras, Luciana Mariano, a forma como o profissional se relaciona no ambiente de trabalho é tão importante quanto sua capacidade técnica. “Um único indivíduo com atitudes negativas pode comprometer toda a equipe. Por isso, é preciso olhar para o autoconhecimento”, afirma.

Para ela, o sucesso profissional hoje depende da combinação entre competência técnica e habilidades interpessoais, como inteligência emocional, empatia, respeito e responsabilidade. “Mais do que dominar ferramentas ou processos, é necessário se autoavaliar e refletir sobre a postura no dia a dia e a forma de lidar com as emoções e com os outros”, completa.

O levantamento mostra ainda que, em 2023, as competências mais valorizadas foram comunicação oral (11,46%), planejamento (10,73%), solução de problemas (10,18%), gestão de conflitos (7,51%) e comunicação escrita (7,42%). Em comparação com 2021, período marcado pelos impactos diretos da pandemia, houve mudança nas prioridades: naquele ano, a solução de problemas liderava, com 12,58%.

Outro dado relevante é que 76% dos participantes estão investindo na aquisição de novos conhecimentos, sinalizando uma postura proativa para evitar a estagnação e manter a empregabilidade. Do lado das empresas, 16,32% afirmam priorizar candidatos que demonstram interesse em se atualizar.

Luciana destaca que o mercado está em constante transformação e que se adaptar rapidamente é essencial. “Atualizar conhecimentos e desenvolver novas competências é uma necessidade. Aqueles que mantêm o aprendizado constante conseguem se adaptar às mudanças, identificar oportunidades e compartilhar conhecimento. Essa prática fortalece não só a carreira individual, mas também o desempenho das organizações”, conclui.