Ibovespa fecha em queda após balanço da Petrobras, mas acumula melhor semana em mais de um mês
Resultado abaixo do esperado da estatal pressiona índice, que ainda avança 2,62% na semana com apoio de bancos e Vale
IBOVESPAApós oscilar perto da estabilidade durante o dia, o Ibovespa encerrou a sessão desta sexta-feira (8) em queda de 0,45%, aos 135.913,60 pontos, impactado negativamente pelos resultados trimestrais da Petrobras. Apesar disso, o principal índice da B3 acumulou valorização de 2,62% na semana — seu melhor desempenho desde o início de julho, quando subiu 3,21%. No mês, o ganho parcial é de 2,14% e, no acumulado do ano, chega a 12,99%.
Nesta sexta, o índice operou dentro de uma faixa estreita, com mínima de 135.658 pontos e máxima de 136.761. O volume negociado somou R$ 25,4 bilhões.
Segundo Bruna Centeno, economista da Blue3 Investimentos, o mercado reagiu mal ao balanço da Petrobras divulgado na noite anterior. A estatal apresentou lucro e dividendos abaixo das expectativas, o que resultou em forte queda das ações: -7,95% para os papéis ON e -6,15% para os PN, ambos fechando no fundo do dia.
“No entanto, a Vale e os grandes bancos ajudaram a suavizar parte dessa queda, evitando perdas maiores no índice”, explicou Centeno. A mineradora Vale avançou 2,37%, e o setor financeiro teve desempenho positivo, com destaque para Bradesco PN, que subiu 1,08%.
Entre os destaques do dia, ações da Braskem (+4,41%), Eletrobras ON (+3,53%) e Cogna (+3,37%) puxaram a ponta positiva do Ibovespa. Já Rumo (-9,50%), Lojas Renner (-7,26%) e Azzas (-7,04%) ficaram entre as maiores baixas, também pressionadas por balanços trimestrais.
Para Christian Iarussi, da The Hill Capital, o resultado fraco da Petrobras, especialmente no que diz respeito à distribuição de dividendos, foi um dos principais fatores de realização de lucros. Ele aponta ainda que o cenário político também influenciou os investidores na parte da tarde, com relatos de que Jair Bolsonaro pode não apoiar Tarcísio de Freitas em 2026 e falas recentes do presidente Lula em resposta ao norte-americano Donald Trump.
Mesmo com o recuo do dia, o clima entre os investidores segue majoritariamente otimista. Segundo o Termômetro Broadcast Bolsa, metade dos analistas consultados espera alta do Ibovespa na próxima semana. A fatia que prevê queda subiu de 33,3% para 37,5%, enquanto a expectativa de estabilidade caiu para 12,5%.
No cenário macro, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que o impacto das tarifas americanas sobre a economia brasileira deve ser pontual. Ainda assim, o governo prepara um pacote de medidas para setores específicos que podem ser mais afetados, especialmente aqueles com forte dependência do mercado norte-americano. Segundo especialistas, essas medidas devem ser anunciadas até a próxima terça-feira (12).