07 de agosto de 2025 - 16h40

Alta de vírus respiratórios preocupa e mantém hospitalizações infantis em nível elevado

Boletim da Fiocruz revela persistência de casos de SRAG por VSR em crianças e aumento de covid-19 no Ceará, Rio de Janeiro e Bahia

SAÚDE
SRAG por vírus respiratórios segue alto; Fiocruz reforça importância da vacinação. - (Foto: MVProductions/Adobe Stock)

Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) provocados por vírus respiratórios continuam em alta entre crianças no Brasil, segundo o boletim InfoGripe divulgado nesta quinta-feira, 7, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O levantamento mostra que o vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável pelas internações infantis, ainda mantém níveis elevados na maior parte dos estados.

O cenário preocupa autoridades de saúde, especialmente pela persistência de hospitalizações entre crianças de até 2 anos. Além do VSR, o rinovírus também tem provocado aumento das internações, como observado na Bahia. Já a covid-19 voltou a apresentar crescimento no Rio de Janeiro e segue em alta no Ceará, elevando o alerta principalmente para a população idosa.

De acordo com a pesquisadora Tatiana Portela, do InfoGripe, é essencial manter o calendário vacinal atualizado. “Como em alguns estados os casos de SRAG por Influenza A continuam altos, também é importante estar em dia com a vacina contra a gripe”, afirma. Ela reforça ainda a necessidade da vacinação contra a covid-19, especialmente entre idosos e pessoas imunocomprometidas, que devem receber doses de reforço a cada seis meses.

Cenário nacional mostra leve tendência de queda

Apesar do alerta regional, o cenário nacional aponta uma queda discreta nas notificações de SRAG. As tendências de curto (últimas três semanas) e longo prazo (últimas seis semanas) mostram redução geral dos casos. Desde o início do ano epidemiológico de 2025, foram registrados 150.615 casos de SRAG, dos quais 53,5% (80.577) tiveram resultado positivo para algum vírus respiratório.

Entre os casos laboratoriais já analisados, 34,1% (51.291) foram negativos, enquanto 5,9% (8.853) ainda aguardam resultado.

Crianças e idosos continuam entre os grupos mais afetados

Enquanto o VSR segue como principal responsável pelos casos de SRAG em crianças, o Influenza A ainda mantém números relevantes entre idosos, especialmente nos estados do Centro-Sul, além de regiões do Norte e Nordeste. O boletim aponta que, embora haja uma tendência de queda nos casos de influenza entre idosos, os números ainda exigem atenção, principalmente diante do início do segundo semestre e da circulação conjunta de diversos vírus respiratórios.

Segundo os dados das últimas quatro semanas epidemiológicas, entre os casos positivos, a distribuição dos vírus foi:

Já entre os óbitos com resultado positivo para vírus respiratórios:

Reforço vacinal é essencial para conter evolução dos casos graves

A Fiocruz reforça a necessidade de vacinação contínua e reforçada, sobretudo em públicos mais vulneráveis. A campanha de imunização contra a gripe e a covid-19 tem papel crucial para evitar casos graves e reduzir a pressão sobre o sistema de saúde, principalmente durante períodos de maior circulação viral.

A pesquisadora Tatiana Portela lembra que “idosos e imunocomprometidos devem manter o reforço vacinal contra a covid-19 a cada seis meses”, como forma de prevenção contra agravamentos.

Cuidado redobrado para a população infantil

Com a persistência do VSR e rinovírus, os profissionais de saúde reforçam o cuidado com crianças pequenas, que apresentam maior risco de complicações respiratórias. Além da vacinação, é importante manter medidas de higiene e evitar aglomerações em locais fechados, especialmente durante picos de circulação viral.

A combinação de vírus em circulação, incluindo covid-19, influenza e VSR, cria um ambiente complexo e que exige ação coordenada entre governo, profissionais de saúde e população.