Eliminado da Copa do Brasil pelo Athletico-PR, o técnico Hernán Crespo deixou claro que sua maior preocupação na noite da última quarta-feira (6) não foi a queda do São Paulo no torneio nacional, mas sim a condição física de um dos principais pilares da equipe: o zagueiro Robert Arboleda. O equatoriano deixou o campo sentindo dores e, nesta quinta-feira (7), exames confirmaram uma lesão muscular no músculo reto femoral da perna esquerda.

Apesar do diagnóstico, o São Paulo tranquilizou os torcedores ao informar que não houve ruptura muscular, o que descarta a necessidade de cirurgia. O tratamento será conservador, focado em fisioterapia e fortalecimento no REFFIS Plus, centro de recuperação do clube. Ainda assim, Arboleda deve ficar fora por até um mês e será desfalque nas oitavas de final da Copa Libertadores.

Com a eliminação da Copa do Brasil ainda repercutindo, Hernán Crespo demonstrou maturidade e visão de grupo ao colocar a lesão de Arboleda como fator mais preocupante do que o próprio resultado esportivo. “Dos males, o menor”, disse o treinador, ao comentar a queda no torneio. Para ele, a ausência de um dos seus principais defensores na fase mata-mata da Libertadores pode ter impactos mais profundos no restante da temporada.

“Não é fácil perder um jogador como o Arboleda em um momento decisivo. Ele é nosso líder na zaga, fundamental para o equilíbrio defensivo”, lamentou o argentino nos bastidores.

Com previsão de retorno apenas em setembro, Arboleda ficará de fora dos duelos contra o Atlético Nacional-COL, marcados para os dias 12 e 19 de agosto, pelas oitavas de final da Libertadores. Também não atuará em ao menos três rodadas do Campeonato Brasileiro, contra Vitória (10/8), Sport (16/8) e possivelmente Atlético-MG (24/8), confronto ainda indefinido em relação ao seu retorno.

A ausência de Arboleda, que vinha sendo destaque defensivo da equipe, deve ser sentida. Ao lado de Alan Franco e Ferraresi, o equatoriano forma o trio de zaga preferido de Crespo no esquema com três defensores. A consistência desse setor vinha sendo um dos pilares do time na atual temporada.

Sem Arboleda, Crespo deve recorrer a Sabino, que já vinha sendo testado como substituto imediato no elenco. O zagueiro deve formar a nova linha titular com Ferraresi e Alan Franco. Contudo, a reposição no banco passa a ser um desafio maior.

Com o elenco enxuto, restarão apenas jovens revelados da base como opções defensivas. Os nomes mais cotados são Patrick Lanza, de 22 anos, e Maik, de 20. Ambos ainda têm pouca rodagem no profissional e precisarão mostrar segurança caso sejam acionados em momentos de pressão.

Com 32 anos e mais de sete temporadas no São Paulo, Arboleda é uma referência técnica e emocional no elenco. Em 2024, o equatoriano vive um dos seus melhores momentos com a camisa tricolor, sendo decisivo em jogos grandes e liderando o sistema defensivo com imposição e experiência.

Sua ausência obrigará Crespo a reorganizar a retaguarda, que vinha sendo um dos pontos fortes do time em competições eliminatórias. A preocupação do técnico não é exagerada: perder Arboleda pode comprometer o plano de jogo justamente em um momento onde o time precisa ser mais sólido.

A lesão de Arboleda expõe um problema recorrente enfrentado por clubes brasileiros em meio à maratona de jogos: o risco elevado de desgaste muscular e lesões em atletas que acumulam minutos em campo. Com a disputa simultânea de Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores, o elenco do São Paulo vem sendo exigido no limite.

Crespo tem buscado rodar o grupo, mas a ausência de peças com o mesmo nível técnico de Arboleda torna a reposição ainda mais delicada. O departamento médico do clube terá um papel fundamental nos próximos dias, tanto na recuperação do zagueiro quanto na prevenção de novos casos.

Após a eliminação da Copa do Brasil, o foco do Tricolor se volta totalmente para a Copa Libertadores, onde enfrentará o Atlético Nacional, da Colômbia, nas oitavas. Com um elenco pressionado por lesões e um calendário desafiador, Crespo terá que ser criativo para manter o time competitivo.

Mesmo com a ausência de Arboleda, o treinador argentino se mantém confiante na força coletiva. “Temos um grupo unido e que entende a responsabilidade de vestir essa camisa. Vamos lutar com as armas que temos”, disse, segundo fontes internas do clube.