Governo de MS desclassifica consórcio vencedor da Rota da Celulose e convoca segundo colocado
Grupo liderado pela XP Investimentos assume projeto de concessão de 870 km de rodovias após decisão administrativa
ROTA DA CELULOSETrês meses após a realização do leilão da Rota da Celulose, o governo de Mato Grosso do Sul desclassificou o consórcio inicialmente vencedor e convocou o segundo colocado para assumir a concessão de 870 km de rodovias federais e estaduais no estado.
A decisão foi publicada na edição de segunda-feira (5) do Diário Oficial Eletrônico do Estado. A Comissão Especial de Licitação (CEL), vinculada à Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seilog), acolheu recurso administrativo apresentado pelo Consórcio Caminhos da Celulose, liderado pela XP Investimentos, e declarou inabilitado o Consórcio K&G Rotas da Celulose por irregularidades na documentação de habilitação técnica.
A principal inconsistência apontada diz respeito à comprovação de experiência operacional apresentada pela K&G, baseada em contrato da BR-393/RJ (Rodovia do Aço), que havia sido anulado pelo governo federal.
A K&G havia vencido o leilão realizado em 6 de maio na B3, em São Paulo, com proposta de 9% de desconto sobre a tarifa-teto do pedágio. Já o grupo convocado, o Caminhos da Celulose, ofertou desconto de 8% e um aporte financeiro de R$ 195,6 milhões para o início da concessão. A apresentação dos documentos finais de habilitação está marcada para o dia 13 de agosto, na sede da B3.
Concessão de 30 anos abrange nove municípios - O projeto prevê a concessão por 30 anos de trechos das BRs 262 e 267 e das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395. As vias cortam municípios como Campo Grande, Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Novo Alvorada do Sul.
Além da instalação de 12 praças de pedágio, estão previstas obras de ampliação e modernização da malha viária, incluindo:
- 115 km de duplicações;
- 457 km de acostamentos;
- 245 km de faixas adicionais;
- 12 km de vias marginais;
- 38 km de contornos urbanos;
- 25 acessos;
- 22 passagens de fauna;
- 20 alargamentos de pontes.
O investimento é considerado estratégico para o escoamento da produção de celulose na região, uma das principais atividades econômicas do estado.
Composição do novo consórcio - O Consórcio Caminhos da Celulose é formado pelas empresas XP Infra V Fundos de Investimentos e Participações, CDL Construtora, Laços Detetores Eletrônica, Conter Construções e Comércio S/A, Construtora Caiapó Ltda, Ética Construtora Ltda, Distribuidora Brasileira de Asfalto Ltda e Conster Construções e Terraplanagem Ltda.
O grupo foi o segundo melhor classificado no leilão, mas recorreu administrativamente da habilitação da K&G, alegando que o consórcio vencedor não cumpria os requisitos técnicos exigidos no edital. A CEL acatou o recurso e concluiu que havia vícios na documentação apresentada pela K&G.
O governo estadual ainda não informou se haverá alteração no cronograma das obras, que estavam previstas para começar ainda em 2025. A assinatura do contrato com o novo consórcio dependerá da aprovação final da documentação pela comissão responsável.