Campo Grande tem registrado um número preocupante de golpes contra idosos, e o alerta vem do Procon Municipal. Segundo o órgão, ao menos 60 atendimentos mensais são relacionados a fraudes direcionadas ao público idoso - vítimas preferenciais de criminosos que atualizam constantemente seus métodos de abordagem. Diante disso, a instituição iniciou uma série de palestras com foco na prevenção, conscientização e orientação para esse público.

O primeiro encontro foi realizado no Centro de Convivência do Idoso (CCI) Vovó Ziza e reuniu dezenas de participantes. Durante a atividade, foram compartilhados relatos reais de vítimas que caíram em golpes recentes, reforçando a necessidade de informação e vigilância.

Relatos que alertam - Entre os depoimentos, está o da aposentada Maria de Fátima Cardoso, que recebeu uma ligação oferecendo a compra virtual de uma oração de São Miguel Arcanjo, acompanhada de um pergaminho e livros religiosos. Convencida pela abordagem, ela fez um PIX de R$ 95, mas o material nunca chegou. “Tentei retornar a ligação, mas o número já não atendia mais”, relatou.

Maria de Fátima contou que já havia sido vítima anteriormente, ao transferir R$ 240 em um golpe envolvendo uma suposta promoção de celular. “Era muito cedo, eu ainda estava acordando. Acreditei e acabei fazendo a transferência. Depois vi que era enganoso”, lamentou.

A dona de casa Lurdes Marlene Günter também caiu em um golpe. Ela pensou ter comprado um celular para o filho por meio de uma pessoa que se passou por atendente de uma loja. O produto, no entanto, nunca foi entregue. “Essa pessoa sabia várias informações sobre mim. Depois disso, redobrei o cuidado com ligações e percebi, nesta palestra, como estou desatualizada sobre os golpes que existem”, disse.

Para o superintendente do Procon de Campo Grande, José Costa Neto, os relatos confirmam que os idosos continuam sendo o grupo mais vulnerável a esse tipo de crime. “Esses números evidenciam a necessidade de conscientização e proteção dos nossos idosos contra práticas criminosas cada vez mais sofisticadas”, destacou.

Ele explicou que as ações educativas ajudam não só os participantes, mas também o próprio órgão, que passa a acompanhar de forma mais próxima a evolução dos golpes e pode agir com mais precisão. “As palestras são também uma via de escuta ativa. Recebemos relatos que nos ajudam a mapear e atualizar o tipo de golpe que está circulando.” 

Confira algumas orientações para se proteger:

Nunca compartilhar dados bancários ou documentos por telefone ou redes sociais
Desconfiar de ligações e mensagens com ofertas boas demais para serem verdade
Não clicar em links enviados por desconhecidos
Confirmar informações com canais oficiais antes de realizar qualquer pagamento
Prevenção e denúncia são fundamentais