Nova escola no Jardim Noroeste alia ensino e sustentabilidade com estação de reciclagem da Agems
Inaugurada por Eduardo Riedel, Escola Estadual Vereador Cristóvão Silveira integra Ponto de Entrega Voluntária de Resíduos ao currículo pedagógico
MEIO AMBIENTEInaugurada no início da semana passada no bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande, a nova Escola Estadual Vereador Cristóvão Silveira já nasce como referência em sustentabilidade e educação ambiental. Com uma estrutura moderna e voltada para práticas sustentáveis, a unidade passou a contar com um Ponto de Entrega Voluntária de Resíduos Sólidos (PEV), instalado em parceria entre a Agems (Agência Estadual de Regulação), a SED (Secretaria de Estado de Educação), a Sanesul e a Ambiental MS Pantanal.
Este é o segundo PEV implantado dentro de uma escola pública no Estado — o primeiro foi na Escola Estadual Fausta Garcia Bueno, também inaugurada este ano. A proposta, segundo os idealizadores, é que a ação funcione como ferramenta de educação ambiental, despertando nos alunos e na comunidade escolar a consciência sobre separação, descarte correto e reciclagem dos resíduos sólidos.
“O PEV é uma ação concreta de ajuda para o mundo”, declarou o diretor-presidente da Agems, Carlos Alberto de Assis, durante a solenidade de inauguração. “Estamos trabalhando com uma equipe comprometida e com parceiros que entendem o valor das ações ambientais e de saneamento para a saúde, para a preservação e a construção do futuro”.
A unidade escolar homenageia o ex-vereador campo-grandense Cristóvão Silveira, falecido em 2017 e lembrado por sua atuação em defesa da educação. A cerimônia de inauguração contou com a presença do governador Eduardo Riedel, além de parlamentares, secretários e familiares do homenageado.
A nova escola atenderá aproximadamente 400 alunos do ensino regular, com turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e cursos de formação voltados à geração de emprego e renda. Localizada em uma das regiões mais vulneráveis da capital sul-mato-grossense, a escola representa um importante avanço no acesso à educação de qualidade e também à cidadania ambiental.
“Estamos trabalhando com atenção muito especial às comunidades vulneráveis”, disse o governador Riedel. “Com cada um cumprindo sua responsabilidade, estamos executando um projeto de Mato Grosso do Sul olhando para a frente".
Para o diretor da escola, Francisco Rojas, o PEV será incorporado à rotina escolar não apenas como um ponto de coleta, mas como um instrumento pedagógico de transformação social e ambiental. “Um dos alicerces da proposta pedagógica é que os alunos aprendam, gradativamente, a defender o meio ambiente. Vamos tratar a reciclagem dentro do currículo como um todo”, explica.
Segundo ele, além de disciplinas como ciências e biologia, a temática será trabalhada também em outras áreas, como redação, interpretação de texto e projetos interdisciplinares. “A escola ficou muito satisfeita com esse projeto da Agems”, concluiu o diretor.
A diretora de Saneamento Básico e Resíduos Sólidos da Agems, Iara Marchioretto, destacou que o ponto de coleta pode gerar um ciclo virtuoso envolvendo toda a comunidade escolar. “Os recicláveis serão juntados pelos estudantes e poderão ser utilizados em iniciativas de ensino, pesquisa e extensão. Esse material pode até mesmo gerar renda e retornar como benefício para a escola ou a comunidade vizinha”, explicou.
Além de oferecer um espaço adequado para o descarte consciente, o PEV contribui para reduzir a quantidade de resíduos enviados ao aterro sanitário, o que representa ganhos ambientais diretos. “Os estudantes deixam de levar esses recicláveis para descarte inadequado, o que significa mais vida útil para o aterro sanitário, mais saúde para a comunidade e mais renda para a população”, completou Iara.
A proposta está alinhada aos princípios de economia circular e sustentabilidade urbana, contribuindo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente no que diz respeito à educação de qualidade, consumo responsável e cidades sustentáveis.
A diretora de Inovação da Agems, Rejane Monteiro, reforça o compromisso da agência com a aproximação entre os serviços regulados e o cidadão, por meio da educação ambiental. “Cuidamos de áreas muito presentes na vida das pessoas, como o saneamento básico. Trabalhar a educação ambiental, levar conhecimento e criar oportunidades para descarte e reuso de resíduos é uma forma concreta de transformar a realidade e promover qualidade de vida”.
De acordo com Rejane, o modelo implantado nas escolas estaduais será replicado em outras unidades de ensino, ampliando o alcance das ações de sustentabilidade. “O impacto dessa política é coletivo e perene. Os alunos se tornam multiplicadores de práticas responsáveis, influenciam suas famílias e comunidades e constroem uma nova consciência ambiental desde cedo”.
O Ponto de Entrega Voluntária (PEV) é um espaço destinado à coleta seletiva de resíduos recicláveis, como papel, plástico, vidro e metal. Os alunos e a comunidade escolar são incentivados a levar materiais que seriam descartados, promovendo o reuso e a reciclagem.
Nos PEVs escolares, o funcionamento é integrado às atividades pedagógicas e as coletas são organizadas com apoio das equipes das escolas, da Agems, Sanesul e da Ambiental MS Pantanal. A destinação dos recicláveis pode, inclusive, envolver parcerias com cooperativas ou projetos de geração de renda comunitária.
A proposta da Agems é ampliar a instalação de PEVs em outras escolas da rede estadual nos próximos meses, principalmente nas regiões mais vulneráveis de Mato Grosso do Sul. A meta é unir educação, cidadania e sustentabilidade em um modelo que transforma a realidade local com base na formação de novos hábitos e valores.
O projeto também visa fomentar práticas inovadoras e integradas de gestão de resíduos sólidos no ambiente escolar, permitindo que o ensino ultrapasse as paredes da sala de aula e chegue diretamente à vida das famílias e da comunidade.