Deputados e senadores aliados a Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional decidiram paralisar os trabalhos legislativos, exigindo a votação de medidas em favor do ex-presidente, que foi preso na última segunda-feira, 4. A ação, organizada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e outros parlamentares bolsonaristas, tem como objetivo bloquear as sessões plenárias ao ocupar as Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado.

Segundo Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, a expectativa é que não haja votação esta semana. A decisão de suspender ou não os trabalhos nas comissões ficará a cargo dos presidentes de cada comissão. Os parlamentares exigem, em troca da retomada dos trabalhos, a votação de um pacote de medidas que inclui uma anistia "ampla, geral e irrestrita" para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a PEC que propõe o fim do foro privilegiado.

Na Câmara, alguns deputados demonstraram sua insatisfação com a prisão de Bolsonaro cobrindo suas bocas com fita adesiva, em protesto silencioso. Durante a manifestação, os parlamentares podiam remover a fita para beber água ou atender ao telefone, mas mantiveram o ato de protesto.

Deputados que obstruíram os trabalhos na Câmara:

• Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)

• Marcel van Hattem (Novo-RS)

• Ubiratan Sanderson (PL-RS)

• Paulo Bilynskyj (PL-SP)

• Marco Feliciano (PL-SP)

• Cabo Gilberto Silva (PL-PB)

• Zucco (PL-RS)

• Delegado Caveira (PL-PA)

• Rodolfo Nogueira (PL-MS)

• Caroline De Toni (PL-SC)

• Domingos Sávio (PL-MG)

• Mário Frias (PL-SP)

• Carlos Jordy (PL-RJ)

• Sargento Gonçalves (PL-RJ)

• Gilvan da Federal (PL-ES)

Senadores que obstruíram os trabalhos no Senado:

• Astronauta Marcos Pontes (PL-SP)

• Carlos Portinho (PL-RJ)

• Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG)

• Damares Alves (Republicanos-DF)

• Eduardo Girão (Novo-CE)

• Flávio Bolsonaro (PL-RJ)

• Izalci Lucas (PL-DF)

• Jaime Bagattoli (PL-RO)

• Jorge Seif (PL-SC)

• Magno Malta (PL-ES)

• Marcos Rogério (PL-RO)

• Rogério Marinho (PL-RN)

• Sérgio Moro (União Brasil-PR)

O movimento gerou um impasse político, com os parlamentares exigindo que suas propostas sejam tratadas como prioridade antes da retomada das votações. O Congresso segue em clima tenso, com a expectativa de como as lideranças irão resolver a obstrução e as demandas dos bolsonaristas.