Nino Guimarães | 05 de agosto de 2025 - 17h15

Deputado Marcelo Moraes pede autorização ao STF para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar

O pedido de visita foi protocolado em menos de 24 horas após a decretação da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, com alegação de caráter 'institucional e humanitário'

PEDIDO DE VISITA
O deputado federal Marcelo Moraes (PL-RS) protocolou o primeiro pedido de visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). - (Foto: Kayo Magalhaes)

Menos de 24 horas após a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, o deputado federal Marcelo Moraes (PL-RS) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) permissão para realizar uma "visita institucional" à residência do ex-presidente. O parlamentar alega que o encontro tem caráter "estritamente institucional e humanitário", justificando a relevância do papel público de Bolsonaro e a "condição excepcional" em que ele se encontra.

Em sua petição, Moraes se coloca à disposição para "cumprir rigorosamente todas as condições necessárias", incluindo limitações de tempo ou acompanhamento oficial, caso seja autorizado a realizar a visita.

Na segunda-feira, 4 de agosto, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro, após o ex-presidente descumprir medidas cautelares. A decisão proíbe o ex-presidente de receber visitas, exceto as de seus advogados e pessoas autorizadas pela Corte.

Marcelo Moraes, em sua petição, enfatiza que está disposto a seguir quaisquer condições específicas para a realização do encontro. A solicitação foi protocolada na Ação Penal 2668, processo que investiga a tentativa de golpe em favor de Bolsonaro.

Nas redes sociais, o deputado tem defendido a tese de que o ex-presidente está sendo "perseguido" pelo STF e tem se posicionado favoravelmente ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

A prisão domiciliar foi decretada após a participação de Bolsonaro, via ligação telefônica com o filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), em manifestações públicas em Copacabana (RJ) e na Avenida Paulista (SP), no último domingo, 3 de agosto. Para o ministro, as ações de Bolsonaro configuraram uma tentativa de coagir o STF e obstruir a Justiça.

Em sua decisão, Alexandre de Moraes afirmou que Bolsonaro, "agindo de forma ilícita", se dirigiu aos manifestantes e preparou material com a intenção de incitar seus apoiadores a continuar tentando coagir o Supremo, o que foi comprovado pela publicação de um telefonema com seu filho nas redes sociais.