Hospedagem em Belém para a COP30 é questão de inclusão, afirma diretora da ONU
Ana Toni, da COP30, confirma que soluções estão sendo estudadas, mas não especifica ações concretas
GERALA diretora executiva da Conferência da ONU para Mudanças Climáticas, Ana Toni, garantiu que a COP30, que acontecerá em Belém, será inclusiva, como determinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua declaração foi dada durante evento da Climate Week em São Paulo e surge após críticas de Richard Muyungi, presidente do grupo de 54 países africanos. Ele apontou os altos preços de hospedagem em Belém como um obstáculo à participação de delegações de países mais pobres.
Toni afirmou desconhecer discussões sobre a possibilidade de a ONU aumentar o valor das diárias para as delegações mais carentes, que atualmente recebem US$ 143 por dia. A executiva mencionou que alternativas estão sendo consideradas, mas não detalhou quais seriam essas soluções. O governo federal, segundo Toni, está trabalhando em medidas para resolver essa questão.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, acrescentou que o governo federal deve apresentar as soluções para a hospedagem em uma reunião marcada para 11 de agosto. Ele reforçou que, apesar das críticas, o foco da conferência será manter a agenda climática no centro das discussões.
Questionado sobre o impacto da hospedagem no andamento das negociações, Corrêa do Lago minimizou, dizendo que a organização de grandes eventos como a COP sempre envolve desafios logísticos. “A essência, sem dúvida, são os temas climáticos, que continuam sendo nossa prioridade”, afirmou o embaixador.
Além disso, Corrêa do Lago descartou a ideia de mudar a conferência para outra cidade ou dividir as atividades, lembrando que outras edições da COP, como em Paris e Glasgow, também enfrentaram a necessidade de infraestrutura específica.
Apesar dos esforços para negociar com o setor hoteleiro, até o momento não houve um acordo que resultasse na redução dos preços das diárias para os participantes do evento.