A Polícia Civil do Rio Grande do Norte indiciou o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, por tentativa de feminicídio. Ele é acusado de agredir brutalmente a namorada, Juliana Soares, de 35 anos, dentro de um elevador em um condomínio localizado na zona Sul de Natal. O caso, registrado em imagens de câmeras de segurança, causou forte comoção pública.

Segundo a investigação, Juliana foi atacada com mais de 60 socos e segue internada após passar por cirurgia na última sexta-feira (1º). Em entrevista à TV Record, ela afirmou que o agressor tinha a intenção de matá-la.

O episódio ocorreu em julho, e Igor está preso preventivamente desde o dia 26 daquele mês. No relatório final do inquérito, a Polícia Civil solicitou à Justiça que ele permaneça detido, alegando a gravidade do crime, a periculosidade do acusado e a necessidade de proteger a integridade física e psicológica da vítima.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (4), Igor Eduardo reconheceu a agressão, mas alegou que os atos ocorreram em meio a um “contexto de uso de substâncias e instabilidade emocional”.

“Embora as circunstâncias ainda estejam sendo apuradas, sinto a necessidade sincera de expressar meu pedido de perdão a todos que, de alguma forma, foram afetados”, escreveu o ex-atleta, que ainda desejou força e serenidade à vítima e à família dela. “Não tenho intenção de justificar nada, tampouco minimizar o impacto dos fatos”, acrescentou.

A defesa de Igor afirmou que aguarda a manifestação do Ministério Público para apresentar sua posição jurídica no processo.

Detido na Cadeia Pública de Ceará-Mirim, na região metropolitana de Natal, Igor também relatou ter sido alvo de agressões por parte de policiais penais. Segundo sua versão, ele teria sido agredido com socos, chutes e spray de pimenta, além de ser colocado nu e algemado dentro da cela.

A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) confirmou, por meio de nota, que abriu investigação para apurar os supostos abusos. Igor foi levado à Delegacia de Plantão para registrar boletim de ocorrência e passou por exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep). A Corregedoria do Sistema Prisional também foi acionada.