Francisco Carlos de Assis e Célia Froufe | 04 de agosto de 2025 - 17h20

Haddad defende o sistema judiciário brasileiro em resposta a tarifas dos EUA

Ministro da Fazenda explica que não é possível mudar o veredicto trocando de juiz e que o Brasil irá 'proteger' seus interesses sem retaliações comerciais

POLÍTICA
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - (Foto: WILTON JUNIOR)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (4) que pretende explicar ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, o funcionamento do sistema judiciário brasileiro durante uma conversa entre os dois, marcada para esta semana. O diálogo deve abordar as tarifas elevadas impostas pelos EUA sobre o Brasil.

Haddad destacou que, no Brasil, "trocar de juiz não vai trocar o veredicto", fazendo referência às sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes. Segundo o ministro, o Brasil possui "várias salvaguardas internas e externas" que garantem a integridade do processo judicial. Ele citou também o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido absolvido pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU, reforçando a legalidade do Brasil.

O ministro também ressaltou que o problema não está no juiz, mas sim em atos contrários à Constituição brasileira. "Os fatos e provas não mudam trocando de juiz. O Brasil está tratando isso com seriedade, pois são questões graves," disse Haddad, referindo-se ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ao ser questionado sobre possíveis retaliações comerciais contra os Estados Unidos, Haddad preferiu usar a palavra "proteger". "Vamos proteger o Brasil. Essa é a obrigação do Estado. Isso vale para o comércio, nossas instituições, democracia e soberania," afirmou, reforçando a longa relação de amizade e prosperidade entre os dois países.