O GP da Hungria deste domingo (3), em Budapeste, terminou com um clima de frustração para dois dos principais nomes da Fórmula 1: Charles Leclerc e Lewis Hamilton. Enquanto o monegasco da Ferrari viu uma potencial vitória escorrer pelas mãos por conta de uma estratégia equivocada da equipe, o britânico da Mercedes teve um fim de semana para esquecer e deixou o circuito apontando "problemas nos bastidores".

Leclerc largou da pole position e liderou boa parte da prova. No entanto, após apenas uma parada nos boxes, acabou sendo superado por George Russell e terminou na quarta colocação, fora do pódio. Visivelmente decepcionado, ele reclamou no rádio com a equipe ainda durante a corrida e foi direto nas entrevistas pós-GP.

“É extremamente frustrante quando você está na frente, com bom ritmo, e perde tudo por conta de uma estratégia equivocada. Tínhamos uma chance real de vencer, que era rara neste ano, e não aproveitamos”, disse o piloto da Ferrari, acrescentando que um problema no chassi também prejudicou seu desempenho. “Agora vamos analisar se foi algo fora do nosso controle.”

Hamilton: fim de semana sombrio e crítica velada à equipe

Já Lewis Hamilton terminou a corrida na 12ª colocação, fora da zona de pontuação, e sem conseguir reagir em um circuito onde já venceu oito vezes na carreira. Após o toque de Max Verstappen durante disputa por posição — que foi investigado e arquivado — Hamilton se mostrou abatido e evitou falar em expectativas.

"Estou feliz que acabou. Não tinha expectativas para esta temporada, e mesmo assim ela está sendo pior que qualquer outra da minha carreira", afirmou o heptacampeão à emissora britânica Sky Sports.

No sábado, Hamilton havia se classificado em 12º e, ao comentar sua performance, chegou a dizer que a Ferrari deveria “trocá-lo de piloto”, chamando a si mesmo de “inútil”. Questionado sobre os comentários após a corrida, o britânico respondeu de forma enigmática: “Quando você tem um pressentimento, você tem. Há muita coisa acontecendo nos bastidores que não é boa.”

Sobre o incidente com Verstappen, ele preferiu não polemizar: “Para ser sincero, não me lembro muito bem.” Os comissários da prova consideraram que Hamilton teria escolhido não disputar a curva e decidiram não aplicar punição ao piloto da Red Bull.

Ferrari sob pressão após erro estratégico

A Ferrari volta a ser criticada por decisões estratégicas duvidosas, um tema recorrente nos últimos anos. Ao apostar em apenas um pit stop, a equipe acabou comprometendo a corrida de Leclerc, mesmo com o bom desempenho apresentado no início da prova.

Apesar do desempenho competitivo no sábado e no início do domingo, o carro #16 da escuderia italiana perdeu rendimento na segunda metade da corrida. Para Leclerc, a chance de uma rara vitória em 2025 escorreu pelas mãos: “Quando temos uma oportunidade única no ano, precisamos agarrá-la. Hoje não conseguimos”, concluiu.

Próxima etapa

Com a Fórmula 1 entrando em pausa de verão, a próxima corrida será no dia 31 de agosto, no GP da Holanda, em Zandvoort. Até lá, a Ferrari terá quase um mês para repensar sua abordagem estratégica e trabalhar nos problemas técnicos apontados por seus pilotos.

Hamilton e a Mercedes, por sua vez, também terão tempo para revisar os bastidores mencionados pelo britânico e entender os motivos da queda de desempenho ao longo do ano.