Wilian Miron e Cícero Cotrim | 03 de agosto de 2025 - 13h55

Gleisi Hoffmann defende taxação de bancos, bilionários e casas de apostas no Brasil

Presidente do PT afirma que sistema tributário precisa ser mais justo e propõe foco em grandes fortunas e setores altamente lucrativos

REFORMA TRIBUTARIA
Gleisi Hoffmann defende taxar bancos, bilionários e apostas online para tornar sistema tributário mais justo. - (Foto: Agência Câmara)

Durante evento da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, defendeu nesta semana a taxação de grandes fortunas, bancos e empresas de apostas esportivas como parte essencial de uma reforma tributária mais justa no país.

“Temos de taxar bancos, bilionários e as bets”, declarou Gleisi, usando o termo popular para se referir às plataformas de apostas online. A fala reforça a posição do partido em relação à necessidade de maior contribuição de setores que acumulam alta lucratividade, em contraste com a carga tributária atual, considerada regressiva por especialistas.

Tributação sobre o topo da pirâmide

Segundo a parlamentar, a estrutura atual do sistema de arrecadação favorece a concentração de renda e penaliza as camadas mais pobres da população. “Quem mais tem, precisa contribuir mais”, disse Gleisi, destacando a importância de ampliar a base de arrecadação sobre patrimônios elevados e setores com lucros bilionários, como o financeiro e o de apostas.

A dirigente petista também ressaltou que os debates sobre a segunda fase da reforma tributária devem focar na justiça fiscal, ponto considerado fundamental para reequilibrar as contas públicas e garantir mais investimentos sociais.

Casas de apostas na mira

As chamadas "bets", plataformas de apostas esportivas online, têm sido alvo frequente de críticas por operarem com margens altas de lucro e pouca transparência em relação aos tributos pagos no Brasil. A legalização recente do setor abriu caminho para a regulamentação, mas há pressão para que a taxação seja mais robusta.

Para Gleisi, é necessário que o setor contribua proporcionalmente com os cofres públicos. “Essas empresas movimentam bilhões e precisam participar do esforço fiscal do país”, afirmou.

Agenda tributária no centro do debate

O governo federal tem intensificado os debates sobre a segunda etapa da reforma tributária, que deve tratar da taxação da renda, patrimônio e lucros. A primeira fase, focada no consumo, já foi aprovada pelo Congresso Nacional.

As falas de Gleisi reforçam o alinhamento do PT com pautas que buscam redistribuir a carga tributária de forma mais equitativa, colocando os super-ricos e setores de alta lucratividade no centro da discussão.

A proposta de taxar bancos e grandes fortunas é historicamente defendida por partidos de esquerda e agora ganha novo fôlego com o avanço da agenda econômica no Congresso.