Redação | 02 de agosto de 2025 - 08h15

Rota Bioceânica terá sistema digital para mapear serviços de saúde em Mato Grosso do Sul

Governo de Mato Grosso do Sul avança no planejamento para garantir atendimento médico emergencial e básico na rota internacional que cruza o Estado

SAÚDE
Mapeamento dos serviços de urgência e emergência em municípios sul-mato-grossenses da rota internacional deverá ser disponibilizado à população que utilizar o trajeto - (Foto: Superintendência de Saúde Digital)

Com foco em segurança e desenvolvimento regional, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) deu mais um passo para estruturar o atendimento público ao longo do Corredor Bioceânico, rota internacional que liga o Atlântico ao Pacífico passando pelo território sul-mato-grossense.

Na última quinta-feira (31), representantes da SES, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), do Corpo de Bombeiros Militar e da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) se reuniram para alinhar diretrizes técnicas que vão nortear a atuação do SUS nas regiões cortadas pela rota. O encontro aconteceu na Superintendência de Saúde Digital, em Campo Grande.

Rota Bioceânica - Trecho entre Campo Grande e Porto Murtinho - (Foto: Saul Schramm)

A proposta é criar um modelo de resposta eficiente do SUS, abrangendo urgência, emergência e atenção básica nos municípios localizados entre Bataguassu e Porto Murtinho, abrangendo toda a extensão do corredor dentro do Estado.

O trabalho já em andamento inclui um levantamento detalhado das estruturas de saúde nos municípios da rota, com ênfase em unidades que funcionam 24 horas e em serviços essenciais para atendimento de casos agudos.

Segundo o médico João Ricardo Tognini, assessor técnico da SES, o objetivo é oferecer informações claras sobre onde buscar atendimento, tanto para brasileiros quanto para estrangeiros em trânsito.

“O que estamos estruturando é um mapeamento completo da infraestrutura de saúde em todo o traçado do Corredor Bioceânico em MS. Já temos um levantamento preliminar e estamos ampliando para áreas estratégicas como ortopedia, cirurgia geral, pediatria e assistência materna”, explicou.

Esses dados serão organizados em uma base digital georreferenciada, com acesso público e em formato intuitivo, facilitando a localização dos serviços de saúde disponíveis em tempo real.

A SES estuda lançar uma plataforma interativa que permitirá ao usuário localizar unidades de pronto-atendimento e conferir especialidades médicas disponíveis em cada município da rota. A ferramenta poderá ser acessada por aplicativo, site ou por meio de sistemas já utilizados por órgãos como o Corpo de Bombeiros.

“A ideia é que o usuário, seja caminhoneiro ou turista, possa usar o celular para encontrar informações úteis, como o endereço de um pronto-atendimento e os serviços médicos disponíveis naquela cidade”, disse o coordenador de Tecnologia da Informação da SES, Marcos Espíndola.

O projeto ainda está em fase de modelagem, mas deve priorizar facilidade de acesso, linguagem clara e agilidade na consulta. A integração com sistemas de emergência já existentes também está no radar.

O trabalho vem sendo conduzido em parceria com diferentes áreas da SES — Vigilância em Saúde, Atenção Básica, Saúde Digital e Urgência — e é parte de um esforço maior para garantir que o avanço da infraestrutura e da conectividade regional venha acompanhado de serviços públicos eficazes.

“Essa é uma agenda estratégica para Mato Grosso do Sul. Estamos conectando vigilância, atenção, urgência e tecnologia da informação em uma proposta que beneficia não apenas quem vive nas cidades da rota, mas também os que circulam por ela”, destacou a superintendente de Saúde Digital, Márcia Tomasi.

Além das informações físicas, SES trabalha remotamente no trecho - (Foto: Saul Schramm)

Além das informações estruturais, a SES também está organizando dados epidemiológicos das regiões abrangidas pelo corredor, o que deve fortalecer o planejamento estadual e a cooperação com autoridades dos países vizinhos.

“Estamos integrando áreas da SES para entregar uma solução baseada em evidências, com foco em organização da rede e acesso qualificado à saúde”, reforçou Angélica Congro, superintendente de Atenção à Saúde.

O plano consolidado deverá ser apresentado no dia 30 de agosto, durante um fórum técnico que vai reunir as principais iniciativas do Estado relacionadas ao Corredor Bioceânico. A expectativa é que, futuramente, a mesma plataforma também agregue informações sobre segurança, logística e outros serviços de interesse público.

“O Corredor Bioceânico é uma política de Estado e de integração continental. Ao garantir cobertura de saúde com base em dados e estrutura real, mostramos o compromisso de Mato Grosso do Sul com um modelo de desenvolvimento sustentável, seguro e centrado nas pessoas”, destacou Crhistinne Maymone, secretária-adjunta da SES.

Rota Bioceânica - Trecho entre Campo Grande e Porto Murtinho - (Foto: Saul Schramm)

A proposta mostra que o Estado não está apenas investindo em infraestrutura física, mas também garantindo que o progresso inclua cuidados com a saúde e qualidade de vida para todos que circulam pela rota — sejam moradores ou viajantes.