Dólar recua após dados de emprego nos EUA e expectativas de corte de juros pelo Fed
Queda do dólar reflete dados econômicos fracos dos EUA e fluxo para mercados emergentes, com destaque para o Brasil e o diferencial de juros
DÓLARO dólar continuou sua queda nesta sexta-feira (1º de agosto) em relação ao real e outras divisas globais. O movimento foi impulsionado por dados econômicos dos Estados Unidos, que mostraram um desempenho abaixo do esperado no mercado de trabalho. O relatório de empregos de julho (payroll) revelou a criação de apenas 73 mil vagas, significativamente abaixo da previsão de 110 mil. Isso, aliado a indicadores mais fracos de atividade econômica, aumentou as apostas de que o Federal Reserve (Fed) começará a reduzir os juros no próximo mês.
Além disso, as taxas de juros mais altas no Brasil, com a Selic a 15% ao ano, continuam atraindo fluxos de capital para o país por meio de operações de "carry trade", em que investidores aproveitam a diferença de juros entre as nações. Com o diferencial de juros favorável e expectativas de manutenção da Selic em níveis elevados, o Brasil tem sido um dos maiores beneficiados nesse movimento.
Durante o pregão, o dólar oscilou entre R$ 5,6284 e R$ 5,5279, e fechou com uma queda de 0,99%, cotado a R$ 5,5456. O relatório de emprego também impactou o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, registrando uma queda de 1,20% a 98,772 pontos.
O movimento de desvalorização do dólar se intensificou após a renúncia da diretora do Fed, Adriana Kugler, e a demissão de uma comissária de Estatísticas do Trabalho, ações que trouxeram mais incertezas sobre a política monetária nos Estados Unidos. Em paralelo, o mercado segue atento a negociações comerciais entre os EUA e o Brasil.