Pesquisa Datafolha revela que maioria dos brasileiros apoia medidas cautelares contra Bolsonaro

Uma pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, 1º de agosto, revelou que a maioria dos brasileiros aprova as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o levantamento, 55% dos entrevistados concordam com as restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas de controle. O estudo foi realizado nos dias 29 e 30 de julho, com 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, e tem uma margem de erro de 2 pontos percentuais.

A pesquisa também aponta que 55% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro tinha a intenção de deixar o Brasil, enquanto 36% disseram o contrário, e 10% não opinaram sobre o assunto. Entre os que aprovam as medidas cautelares, 44% afirmam que concordam totalmente com as restrições, enquanto 11% concordam em parte. Em contrapartida, 32% discordam totalmente, e 9% discordam parcialmente.

Detalhes das medidas cautelares e aprovação pela população

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF) em 18 de julho, em uma operação autorizada pelo STF. Durante a operação, foram impostas medidas restritivas ao ex-chefe do Executivo, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, para evitar possíveis ações que pudessem interferir no julgamento do processo que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A pesquisa mostra que a aprovação das medidas cautelares varia de acordo com a escolaridade e a classe social dos entrevistados. A aprovação é mais alta entre pessoas com menor nível de escolaridade (59%) e entre aqueles que ganham até dois salários mínimos (57%). Já entre as pessoas com ensino superior, a aprovação é de 51%, e na classe média, o índice é de 44%.

Contexto das investigações e a atuação de Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro

O STF decidiu aplicar as medidas cautelares contra Bolsonaro com base na suspeita de que ele e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estivessem tentando obstruir o curso do processo de apuração sobre a tentativa de golpe. A Polícia Federal apontou que as ações de Bolsonaro poderiam configurar crimes como coação no curso do processo, obstrução de justiça e ataque à soberania nacional.

Em sua decisão, o STF destacou que as restrições foram necessárias para garantir o andamento das investigações e evitar que o ex-presidente e seu filho influenciassem o andamento do processo judicial.