Há exatos 45 anos circulava a primeira edição do jornal A Crítica pelas mãos do jornalista e empresário Luiz Carlos Feitosa. Quatro décadas e meia, o semanário que é distribuído todo domingo gratuito na principal avenida de Campo Grande segue ativo e adaptado a essa nova era. Em meio às discussões atuais sobre o impacto da inteligência artificial no jornalismo e à velocidade da informação nas redes sociais, o A Crítica escolhe celebrar o legado valorizando o trabalho humano por trás da notícia.

Mais do que relembrar capas históricas, momentos marcantes ou conquistas institucionais, o aniversário de 45 anos do jornal é contado, desta vez, por colaboradores que atuam na redação e escrevem a notícia todos os dias. 

O jornalismo que se escreve todos os dias - Integrante da equipe vespertina, Douglas Vieira, explica bem o espírito do veículo ao lembrar que o compromisso com a verdade é a base sólida sobre a qual o jornal se ergueu. “Há 45 anos, o jornal se firma como um dos pilares do jornalismo regional, se pautando pela busca da verdade e pela relevância das informações que transmite aos seus leitores”, diz. “São quatro décadas e meia de história, acompanhando de perto as transformações sociais e políticas de nossa região", orgulha-se.

Transformações que não foram poucas, inclusive. Ao longo desses anos, o semanário acompanhou de perto os principais marcos de MS. Cobriu 11 eleições para governador, noticiou a promulgação da Constituição Estadual - que consolidou a autonomia do então jovem Estado - e registrou o surgimento e a consolidação da Rota Bioceânica, idealizada no fim dos anos 1990 e hoje realidade estratégica que conecta o Brasil ao Pacífico. Relatou a instalação da UEMS em Campo Grande, o avanço das investigações contra a corrupção que atingiram figuras políticas locais, os incêndios que devastaram o Pantanal, o impacto da pandemia da Covid-19 sobre a população e o sistema de saúde, e os desdobramentos sociais e econômicos que moldaram a identidade sul-mato-grossense. Mas é dentro da redação, no dia a dia na redação, que essa história ganha uma realidade mais viva.

Para o repórter Rafael Rodrigues, a relação com o jornal ultrapassa os limites profissionais. “Trabalhar no jornal pra mim é muito especial. É um lugar que me molda diariamente, não só no lado profissional, mas também na parte pessoal”, conta. “Quando entrei há dois anos atrás, estava buscando uma oportunidade em um cenário desesperançoso. Trabalhar aqui me deu a certeza de que a profissão que escolhi foi a correta", alega.

Esse impacto pessoal também é destacado por Iury de Oliveira, que iniciou no jornal como estagiário e hoje é parte efetiva da equipe. “Sou grato ao jornal por ter me aberto as portas, primeiro como estagiário, onde pude aprender na prática como se faz jornalismo, e depois efetivamente como jornalista”, destaca. “Estar em um jornal tradicional e com esse peso, sem dúvida, me enriquece como profissional".

Em um momento em que o debate sobre a democratização da informação é cada vez mais urgente, o A Crítica reafirma sua missão social. Jamille Gomes, que atua no período vespertino da redação, pontua: “Acredito que o jornal simboliza o início da verdadeira acessibilidade à informação em Campo Grande. Onde tantas vezes a notícia é restrita às classes mais favorecidas, o jornal se volta à população e resgata a essência do jornalismo", detalha.

Para quem atua no período noturno, como Sanny Duarte, independente do horário, “o jornal A Crítica, seja pelo site ou impresso, informa todos os cantos de Mato Grosso do Sul”. Para ela, “esses 45 anos mostram a importância de um jornal que respeita o tempo do leitor e a profundidade da informação”.

Legado e futuro - A mudança dos formatos foi enfrentada de forma natural, afinal não é o formato que faz o jornalismo, mas a responsabilidade com o público. “A era digital já é uma realidade e quem não se adaptar ao novo já está para trás”, comentou o fundador e jornalista Luiz Carlos Feitosa.

Hoje, o veículo soma presença ativa em múltiplas plataformas: redes sociais, canal no YouTube, rádio e site. O Grupo Feitosa de Comunicação opera seis emissoras de rádio em diferentes regiões do Estado: Rádio Marabá FM 93,9 – Maracaju; Rádio Band FM 100,9 – Fátima do Sul e região de Dourados; Rádio Montana FM 89,9 – Inocência e região do Bolsão; Rádio Serra FM 106,5 – Rio Verde de MT; Rádio Serrana FM 91,3 – Nioaque; Rádio Band FM 88,5 – Paranhos.

Mas essa digitalização nunca significou um abandono do jornal impresso. Ao contrário, o impresso continua sendo uma referência para leitores fiéis que ainda folheiam o jornal aos domingos de manhã na Avenida Afonso Pena com esquina na Rua 14 de Julho. “Estamos celebrando o nosso passado, mas sem esquecer de olhar para o presente e focar no futuro”, reforça Feitosa.

Para Lorena Sone, que integra a equipe da redação e também atua na rádio, a simplicidade e o afeto marcam sua relação com o veículo. “Celebrar os 45 anos é participar da força do jornalismo que acompanha a história de Mato Grosso do Sul. Sinto orgulho em fazer parte do legado único que o líder da avenida deixa para as novas gerações", diz.

"É importantíssimo celebrar o atual momento, mas é bom também olhar para o passado e ver como tudo foi construído. Entrei quando a casa ainda tinha 37 anos e é incrível o quanto as coisas evoluíram nesse intervalo. Fazer Jornalismo é uma tarefa árdua, mas quando se tem confiança e liberdade profissional para produzir, as coisas fluem melhor", finaliza o editor-chefe, Carlos Guilherme.

O jornal A Crítica também está disponível em diferentes formatos multimídia (@acriticadecg), combinando textos, imagens, vídeos e áudios para proporcionar uma experiência informativa completa aos leitores. No Facebook, são mais de 10 mil curtidas e 11 mil seguidores, enquanto no X (antigo Twitter), o jornal conta com mais de 5 mil seguidores. No Instagram, o número de seguidores chega já ultrapassa 13 mil seguidores.