Gabriel Hirabahasi | 29 de julho de 2025 - 11h35

Gleisi diz que Lula só buscará diálogo com Trump se houver disposição dos EUA

Segundo ministra, conversa entre chefes de Estado exige preparação e não será forçada sem abertura do governo norte-americano

IMPASSE
Gleisi Hoffman foi empossada - (Foto: Reprodução)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira (29) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende buscar uma conversa direta com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sem que haja sinalização de interesse por parte do governo norte-americano.

De acordo com Gleisi, o próprio Trump teria indicado que, no momento, não quer iniciar qualquer diálogo com o Brasil. “O presidente Trump disse que não quer conversar agora, então não adianta o presidente Lula buscar a conversa. Uma negociação entre dois chefes de Estado tem uma preparação dos negociadores para que isso aconteça, não é um telemarketing”, declarou.

A ministra destacou que Lula segue aberto ao diálogo, mas que só haverá iniciativa de sua parte quando os Estados Unidos demonstrarem interesse em tratar de uma agenda bilateral. “Lula nunca ficou indisposto em conversar, mas obviamente só vai acontecer quando tiver condições de que os EUA também ofereçam para nós abertura para essa conversa e negociação comercial que desejamos fazer”, afirmou.

O impasse ocorre em meio a tensões envolvendo tarifas comerciais, mas a ministra reforçou que o Brasil não depende de um único parceiro para escoar seus produtos. “O Brasil não tem hegemonia de país para nossas vendas. Temos um mercado muito amplo no mundo”, disse.

Embora tenha sido questionada se o presidente Lula deveria intervir diretamente para negociar com os Estados Unidos, Gleisi reiterou que o processo exige preparação diplomática prévia. A expectativa é de que qualquer conversa só ocorra quando houver um ambiente diplomático propício.

Gleisi também comentou sobre os possíveis efeitos das ameaças de sanções norte-americanas e disse ter mantido contato com os presidentes da Câmara e do Senado. “Conversei rapidamente por telefone com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Eles não estão em Brasília, devem chegar no fim da semana. Combinamos de nos encontrar”, afirmou.