Um tiroteio em um prédio comercial de Manhattan, em Nova York, deixou quatro pessoas mortas, incluindo um policial fora de serviço, e um homem em estado crítico, na noite desta segunda-feira (28). O autor dos disparos, Shane Tamura, de 33 anos, também morreu ao tirar a própria vida no local. As autoridades investigam se a sede da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL) era o alvo principal do ataque.

O crime aconteceu no número 345 da Park Avenue, endereço de grandes empresas como NFL, Blackstone e KPMG. Segundo a polícia, o agressor estacionou um BMW em fila dupla, saiu armado com um rifle M4 e entrou atirando no prédio, atingindo o policial Didarul Islam e uma mulher que tentava se abrigar.

“Ele abriu fogo imediatamente ao entrar no edifício, mirando o policial e outras vítimas próximas ao saguão”, detalhou a comissária Jessica Tisch, em coletiva.

Tamura subiu até o 33º andar — onde funciona uma empresa imobiliária — e continuou o ataque antes de se matar. De acordo com o prefeito Eric Adams, o atirador pretendia chegar aos escritórios da NFL, mas entrou no elevador errado.

Investigação aponta possível motivação ligada à NFL - As autoridades identificaram o atirador como Shane Tamura, morador de Las Vegas com histórico documentado de problemas mentais. Uma carta encontrada com ele fazia menções à NFL e sugeria que sofria de encefalopatia traumática crônica (CTE), condição associada a traumas repetitivos na cabeça, comuns no futebol americano.

A doença, não confirmada clinicamente em Tamura, costuma afetar ex-atletas da modalidade. Ele havia jogado futebol no ensino médio, na Califórnia, há quase 20 anos. No bilhete, pedia que seu cérebro fosse analisado após a morte.

A trajetória do agressor mostra que ele cruzou os Estados Unidos de carro, saindo de Las Vegas em direção ao leste. Passou pelo Colorado, Nebraska e Iowa, antes de chegar à região de Nova York na tarde de segunda-feira. No veículo, a polícia encontrou munições, carregadores e um revólver.

Quem são as vítimas - Didarul Islam, de 36 anos, era policial da cidade de Nova York e trabalhava no local fora do horário de serviço. Nascido em Bangladesh, ele vivia com a esposa e dois filhos pequenos. Ela está grávida do terceiro filho.

Outra vítima fatal foi a executiva da Blackstone, Wesley LePatner. Formada em Yale, com passagens por empresas como Goldman Sachs, ela atuava no setor imobiliário da gigante de investimentos. A empresa lamentou profundamente a perda, destacando suas qualidades humanas e profissionais.Um homem segue internado em estado crítico. Os nomes das outras vítimas ainda não foram divulgados.

O edifício 345 Park Avenue fica em uma das regiões mais movimentadas de Manhattan, próximo à Grand Central Station e à Catedral de São Patrício. O local abriga diversas empresas de renome internacional, além do consulado da Irlanda.

Apesar da tragédia, Nova York vinha registrando queda histórica nos índices de violência armada. Autoridades agora buscam entender como Tamura conseguiu chegar armado ao prédio e se houve falhas na segurança.

A investigação segue em curso, com o envolvimento da polícia de Nova York, do FBI e da promotoria local.