UEMS entrega 381 certificados a migrantes e voluntários do programa de acolhimento linguístico
Criado em 2017, o UEMS Acolhe já atendeu mais de 4 mil migrantes de 35 nacionalidades e se consolida como referência em inclusão social e educacional
INCLUSÃOA Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) realiza a partir desta terça-feira (30) a entrega de 381 certificados do programa UEMS Acolhe, iniciativa que promove acolhimento linguístico e humanitário a migrantes internacionais por meio de cursos gratuitos de Língua Portuguesa. Serão certificados 246 alunos concluintes e 135 colaboradores voluntários que participaram da ação neste primeiro semestre de 2025.
Com início em 2017, o programa já beneficiou mais de 4 mil migrantes de 35 nacionalidades diferentes, consolidando-se como uma política de extensão ativa no Estado. Os cursos, promovidos pela Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (PROEC), oferecem 60 horas-aula em 15 semanas e são 100% gratuitos. O certificado de proficiência pode ser utilizado como documento válido em processos de naturalização no Brasil.
Os certificados serão entregues em diferentes polos da UEMS. Abaixo, as datas e locais das solenidades:
- Campo Grande 30 de julho, às 19h
- Auditório da UEMS (Av. Dom Antônio Barbosa, 4.155, Vila Santo Amaro)
- Dourados 3 de agosto, às 8h30
- Salão Social da Paróquia São José Operário (Rua Marcelino Pires, nº 800, centro)
- Nova Andradina 5 de agosto, às 19h30
- Auditório Letícia Dantas Centro de Convivência Silvio Ubaldino de Souza (Av. Ant. Joaquim de M. Andrade, 642)
- Corumbá 13 de agosto, às 19h
- Auditório do Instituto Federal de MS (Rua Pedro de Medeiros, 941, Popular Velha)
Além disso, estudantes de Cassilândia (6 concluintes) e da modalidade on-line (19 concluintes) também receberão certificação. As cerimônias desses polos não tiveram datas divulgadas até o momento.
Nesta edição, o programa atendeu migrantes de 28 nacionalidades, com predominância de venezuelanos (52,5%), bolivianos (22,2%) e haitianos (15,2%). Também participaram cidadãos da Etiópia, Cuba, Japão, Sudão, República Dominicana, Argentina, Colômbia, Filipinas, Chile, Marrocos, Paraguai, Togo, Somália, Burundi, Guatemala e Egito.
A maior parte do público é composta por mulheres (57%) e adultos entre 25 e 34 anos (32%). Do total de alunos, 28% têm ensino médio completo e 25% já possuem ensino superior finalizado, o que evidencia o alto nível de escolaridade do público migrante atendido.
Coordenador do UEMS Acolhe, o professor João Fábio Sanches Silva destaca que o aumento no número de turmas ao longo dos anos demonstra a consolidação do programa como instrumento de inclusão.
"Parabenizamos todos os formandos por encarar essa jornada de aprendizado, aproveitando a oportunidade de inserção social e ao mercado de trabalho. Aguardamos a todos para continuar o estudo da língua nos próximos módulos. Estamos de portas abertas também para receber novos alunos que desejam se aperfeiçoar. Contem com a UEMS", reforça o coordenador.
A pró-reitora da PROEC, Érika Kaneta Ferri, enfatiza o compromisso da UEMS com seu papel social. Para ela, o programa se destaca pela abrangência e propósito transformador.
"O UEMS Acolhe é singular na proposição de ofertar o acolhimento linguístico, humanitário e educacional. Ficamos muito felizes em poder promover a inclusão e a transformação social para cada vez mais pessoas", declara.
O reitor da UEMS, Laércio de Carvalho, também destaca o impacto positivo do programa na vida dos migrantes e no fortalecimento das políticas públicas do Estado.
"Agradeço imensamente aos nossos voluntários, que por meio do seu trabalho oferecem dignidade e acolhimento. Com o ensino da Língua Portuguesa, ampliamos oportunidades e promovemos a inserção no mercado de trabalho, atendendo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e aos compromissos firmados com o Governo do Estado", afirma.
Em 2024, o Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu o UEMS Acolhe como exemplo de boas práticas no acolhimento a migrantes e refugiados. O programa foi citado em um relatório nacional sobre políticas voltadas a esse público, figurando entre iniciativas de destaque ao lado de outras instituições brasileiras.
Também neste ano, a credibilidade do UEMS Acolhe levou à inclusão do programa no sistema de apoio à regularização migratória, facilitando o acesso dos migrantes à documentação básica, como o CPF (Cadastro de Pessoa Física) e o Registro Nacional Migratório (RNM) itens essenciais, mas frequentemente difíceis de obter por causa das barreiras linguísticas e burocráticas.