Maria Edite Vendas | 29 de julho de 2025 - 08h03

UEMS entrega 381 certificados a migrantes e voluntários do programa de acolhimento linguístico

Criado em 2017, o UEMS Acolhe já atendeu mais de 4 mil migrantes de 35 nacionalidades e se consolida como referência em inclusão social e educacional

INCLUSÃO
Programa promove a inserção social de migrantes internacionais no Estado de Mato Grosso do Sul - (Foto: Comunicação UEMS)

A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) realiza a partir desta terça-feira (30) a entrega de 381 certificados do programa UEMS Acolhe, iniciativa que promove acolhimento linguístico e humanitário a migrantes internacionais por meio de cursos gratuitos de Língua Portuguesa. Serão certificados 246 alunos concluintes e 135 colaboradores voluntários que participaram da ação neste primeiro semestre de 2025.

Com início em 2017, o programa já beneficiou mais de 4 mil migrantes de 35 nacionalidades diferentes, consolidando-se como uma política de extensão ativa no Estado. Os cursos, promovidos pela Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (PROEC), oferecem 60 horas-aula em 15 semanas e são 100% gratuitos. O certificado de proficiência pode ser utilizado como documento válido em processos de naturalização no Brasil.

Os certificados serão entregues em diferentes polos da UEMS. Abaixo, as datas e locais das solenidades:

Além disso, estudantes de Cassilândia (6 concluintes) e da modalidade on-line (19 concluintes) também receberão certificação. As cerimônias desses polos não tiveram datas divulgadas até o momento.

Nesta edição, o programa atendeu migrantes de 28 nacionalidades, com predominância de venezuelanos (52,5%), bolivianos (22,2%) e haitianos (15,2%). Também participaram cidadãos da Etiópia, Cuba, Japão, Sudão, República Dominicana, Argentina, Colômbia, Filipinas, Chile, Marrocos, Paraguai, Togo, Somália, Burundi, Guatemala e Egito.

A maior parte do público é composta por mulheres (57%) e adultos entre 25 e 34 anos (32%). Do total de alunos, 28% têm ensino médio completo e 25% já possuem ensino superior finalizado, o que evidencia o alto nível de escolaridade do público migrante atendido.

Coordenador do UEMS Acolhe, o professor João Fábio Sanches Silva destaca que o aumento no número de turmas ao longo dos anos demonstra a consolidação do programa como instrumento de inclusão.

"Parabenizamos todos os formandos por encarar essa jornada de aprendizado, aproveitando a oportunidade de inserção social e ao mercado de trabalho. Aguardamos a todos para continuar o estudo da língua nos próximos módulos. Estamos de portas abertas também para receber novos alunos que desejam se aperfeiçoar. Contem com a UEMS", reforça o coordenador.

A pró-reitora da PROEC, Érika Kaneta Ferri, enfatiza o compromisso da UEMS com seu papel social. Para ela, o programa se destaca pela abrangência e propósito transformador.

"O UEMS Acolhe é singular na proposição de ofertar o acolhimento linguístico, humanitário e educacional. Ficamos muito felizes em poder promover a inclusão e a transformação social para cada vez mais pessoas", declara.

O reitor da UEMS, Laércio de Carvalho, também destaca o impacto positivo do programa na vida dos migrantes e no fortalecimento das políticas públicas do Estado.

"Agradeço imensamente aos nossos voluntários, que por meio do seu trabalho oferecem dignidade e acolhimento. Com o ensino da Língua Portuguesa, ampliamos oportunidades e promovemos a inserção no mercado de trabalho, atendendo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e aos compromissos firmados com o Governo do Estado", afirma.

Em 2024, o Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu o UEMS Acolhe como exemplo de boas práticas no acolhimento a migrantes e refugiados. O programa foi citado em um relatório nacional sobre políticas voltadas a esse público, figurando entre iniciativas de destaque ao lado de outras instituições brasileiras.

Também neste ano, a credibilidade do UEMS Acolhe levou à inclusão do programa no sistema de apoio à regularização migratória, facilitando o acesso dos migrantes à documentação básica, como o CPF (Cadastro de Pessoa Física) e o Registro Nacional Migratório (RNM) itens essenciais, mas frequentemente difíceis de obter por causa das barreiras linguísticas e burocráticas.