Campo Grande adota projetos imobiliários que cuidam da mente e do corpo
Incorporadoras apostam em neuroarquitetura para criar espaços que geram bem-estar, conexão com a natureza e qualidade de vida
MERCADO IMOBILIÁRIONum mercado imobiliário cada vez mais competitivo, um novo olhar começa a mudar a forma de projetar os prédios e condomínios em Campo Grande. É a chamada neuroarquitetura, um conceito que une arquitetura e neurociência para pensar espaços que, além de funcionais, melhorem a saúde e o estado emocional de quem vive neles.
Segundo Lorí Crízel, presidente da Academy of Neuroscience for Architecture (ANFA) no Brasil, a ideia é entender como ambientes afetam o cérebro. “Não é só estética ou técnica. Projetamos experiências que trazem conforto, segurança e produtividade para o dia a dia”, explica.
Essa abordagem se reflete desde a entrada da luz natural nos ambientes, passando pela escolha de materiais e texturas, até o desenho do trajeto que as pessoas percorrem dentro dos empreendimentos. O objetivo é simples: reduzir o estresse, criar sensação de aconchego e melhorar a qualidade de vida.
Para o setor imobiliário, isso significa se diferenciar em um mercado saturado. “Ao aplicar a neuroarquitetura, mostramos que entendemos de pessoas. Esse olhar humanizado coloca a construção civil na era 5.0, em que urbanismo, tecnologia e saúde caminham juntos”, afirma Crízel.
Horizont e Infinit: bem-estar aplicado à prática - Em Campo Grande, a Plaenge incorporou esses princípios nos projetos Horizont e Infinit. O arquiteto Renato Facchinetti Conde, responsável pelo desenho dos empreendimentos, conta que tudo foi planejado para valorizar a experiência dos moradores.
As torres foram construídas com orientação leste-oeste, desalinhadas entre si, para aproveitar a vista para o Parque das Nações Indígenas e diminuir a exposição direta ao sol. A entrada dos edifícios leva a uma praça central com árvores nativas e área verde, pensada para criar sensação de calma desde o primeiro passo dentro do condomínio.
A iluminação também foi planejada: durante o dia, a luz natural entra de forma indireta, evitando desconforto visual. À noite, a iluminação artificial é discreta, mantendo o ritmo natural do corpo.
As cores e texturas dos acabamentos foram escolhidas para transmitir tranquilidade. Tons sóbrios e superfícies que estimulam o tato contribuem para o relaxamento. O paisagismo sensorial inclui plantas que ajudam a reduzir ruídos externos e criam sons naturais, como o farfalhar das folhas e o canto dos pássaros.
“Queremos oferecer mais que um apartamento. Criamos espaços que ajudam na saúde, no bem-estar e na convivência. É assim que enxergamos o futuro da arquitetura”, resume Conde.