O ex-presidente da Rússia e atual vice-chefe do Conselho de Segurança do país, Dmitry Medvedev, reagiu com veemência ao ultimato dado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que a guerra na Ucrânia seja encerrada em até 10 dias. Em publicação feita nesta segunda-feira (29) na rede social X (antigo Twitter), Medvedev classificou a declaração como uma “ameaça rumo à guerra” com os próprios Estados Unidos.

“Cada novo ultimato é uma nova ameaça e um passo rumo à guerra. Não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com o próprio país dele, os EUA. Não vá pelo caminho do Sleepy Joe!”, escreveu Medvedev, fazendo referência ao apelido pejorativo que Trump costuma usar contra o ex-presidente democrata Joe Biden.

A fala de Medvedev ocorre após declarações de Trump cobrando um cessar-fogo imediato no conflito entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de dois anos. O republicano também tem sinalizado que busca resolver o impasse rapidamente caso se reeleja, utilizando linguagem mais direta nas pressões diplomáticas.

Comparações com Oriente Médio

Na mesma publicação, Medvedev fez críticas veladas à política externa norte-americana ao dizer que Trump "deve se lembrar" de que a Rússia “não é Israel ou o Irã”, numa alusão à forma como os EUA atuam no Oriente Médio. A frase foi interpretada como um recado para que Washington não subestime o poderio russo ao tentar impor soluções unilaterais no conflito ucraniano.

Embora Trump tenha afirmado que sua abordagem busca acelerar a paz, a resposta do governo russo sugere que qualquer tentativa de pressionar publicamente Moscou pode ser interpretada como escalada de tensões diplomáticas.

Escalada verbal

Medvedev é conhecido por seus posicionamentos mais duros dentro do governo russo e já fez outras declarações polêmicas ao longo do conflito com a Ucrânia. Sua reação, no entanto, ressalta o grau de sensibilidade que envolve qualquer tentativa de mediação ou ultimato por parte das grandes potências.

Não houve, até o momento, resposta oficial por parte da Casa Branca ou do Departamento de Estado dos EUA sobre a postagem do ex-presidente russo.