Acordo entre EUA e União Europeia evita conflito comercial e é celebrado pela Alemanha
Friedrich Merz destaca que pacto preserva interesses europeus e protege economia alemã; UE fala em cooperação estratégica transatlântica
RELAÇÕES INTERNACIONAISO primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, comemorou neste domingo (27) o acordo comercial firmado entre os Estados Unidos e a União Europeia, que estabelece novas diretrizes para tarifas de importação e busca evitar uma escalada em tensões econômicas entre as duas maiores potências do Ocidente.
Segundo Merz, o entendimento fechado em Washington evita um cenário que poderia ter graves repercussões para a economia alemã, altamente dependente das exportações. "Com o acordo nas negociações entre a UE e os EUA sobre tarifas, foi possível evitar um conflito comercial que teria atingido duramente a economia alemã orientada para exportação", escreveu o líder alemão em publicação na rede social X (antigo Twitter).
Ele ainda reforçou que a União Europeia conseguiu manter seus “interesses centrais”, preservando setores sensíveis diante das exigências norte-americanas. "Relações comerciais estáveis e previsíveis com acesso ao mercado beneficiam a todos", completou.
União Europeia destaca estabilidade e parceria
Na mesma linha, o comissário europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, afirmou que o pacto representa um passo em direção à estabilidade nas relações comerciais globais. “Este acordo abre as portas para a cooperação estratégica diante dos desafios comuns entre europeus e americanos”, disse Sefcovic, também em postagem no X.
Ele reforçou o compromisso do bloco com a fortalecimento dos laços transatlânticos, uma referência à aliança econômica e política entre Europa e Estados Unidos, frequentemente abalada por disputas tarifárias ou regulatórias nos últimos anos.
Evitando um impasse tarifário
As negociações foram intensificadas após o governo norte-americano, liderado por Donald Trump, anunciar a intenção de aplicar tarifas de até 30% sobre produtos europeus, incluindo veículos, produtos agrícolas e medicamentos. O temor de uma guerra comercial, similar à que envolveu os EUA e a China anos antes, gerou reações imediatas nos países mais exportadores do bloco, com a Alemanha entre os mais vulneráveis.
Com o acordo agora fechado, o que se desenha é um modelo de tarifa intermediária, com alíquotas em torno de 15% sobre determinados produtos, além de mecanismos de compensação e revisão periódica. Ainda não foram divulgados detalhes completos do texto assinado, mas fontes diplomáticas indicam que o setor automotivo e o agronegócio europeu conseguiram importantes concessões.
Repercussão positiva na Europa
O entendimento foi recebido com alívio em Berlim, Bruxelas e outras capitais europeias. Além de evitar retaliações tarifárias imediatas, o novo pacto reforça o diálogo político entre os blocos e sinaliza disposição mútua para ampliar a integração econômica.
Especialistas em comércio internacional apontam que o modelo negociado pode servir de referência para futuros acordos comerciais multilaterais, num momento em que a geopolítica e o protecionismo têm voltado a dominar o cenário global.
Para a Alemanha, maior economia da Europa e um dos maiores exportadores mundiais, a manutenção de regras comerciais previsíveis é fundamental para garantir estabilidade no crescimento econômico, especialmente em um momento de desaceleração da atividade industrial no continente.