A seleção brasileira feminina de futebol garantiu vaga nas semifinais da Copa América ao empatar em 0 a 0 com a Colômbia, nesta sexta-feira (25), no estádio Rodrigo Paz Delgado, em Quito, no Equador. O resultado, válido pela quinta rodada do Grupo B, confirmou o Brasil na liderança da chave, com 10 pontos, enquanto as colombianas ficaram em segundo, com 8. Ambas estão classificadas para a próxima fase.

Com o desfecho da rodada, o Brasil enfrentará o Uruguai na segunda-feira (29), pelas semifinais da competição. Já a Colômbia encara a Argentina na terça-feira (30), no outro confronto que definirá o segundo finalista.

Precisando da vitória para ultrapassar o Brasil na tabela, a Colômbia começou o jogo pressionando. Nos primeiros minutos, a lateral-esquerda Linda Caicedo foi o principal destaque colombiano, protagonizando ao menos três boas jogadas nos cinco minutos iniciais. A equipe sul-americana buscava o ataque com intensidade, obrigando a goleira Lorena a fazer uma grande defesa em arremate perigoso de Leicy Santos.

O Brasil, mesmo com postura mais objetiva, respondeu com uma boa triangulação entre Kerolin e Johnson que terminou em finalização perigosa de Dudinha, mas sem sucesso. A partida era marcada por intensidade e disputas físicas constantes.

O lance que alterou o panorama da partida ocorreu aos 24 minutos do primeiro tempo. Em jogada veloz de Caicedo, Lorena saiu da área e cortou o lance com o braço esquerdo, cometendo falta fora da área. O árbitro não hesitou em aplicar o cartão vermelho direto à goleira brasileira.

Para recompor o sistema defensivo, o técnico Arthur Elias precisou tirar a atacante Johnson e colocar a reserva Cláudia no gol. A mudança obrigou o Brasil a recuar e se reorganizar em campo com uma jogadora a menos, o que favoreceu a posse de bola e o volume ofensivo da Colômbia.

Aos 29 minutos, Leicy Santos quase marcou em chute forte de fora da área. A intensidade aumentava, e o jogo, por vezes, descambava para a violência. Aos 36 minutos, Kerolin recebeu cartão amarelo ao chutar a bola em direção ao banco de reservas colombiano, mas se desculpou em seguida.

Apesar da inferioridade numérica, a seleção brasileira voltou para a etapa final com uma postura mais agressiva e bem distribuída em campo. A equipe soube neutralizar as principais ações da Colômbia, que seguia dependente das jogadas individuais de Caicedo.

Com maior domínio do meio de campo, o Brasil tentou construir boas tramas ofensivas, embora tenha demonstrado pouca efetividade na hora das finalizações. Gabi Portilho teve uma das melhores chances, aos 28 minutos, mas finalizou sem força e desperdiçou a oportunidade.

A Colômbia, ciente da vantagem do empate para as brasileiras, intensificou a pressão nos minutos finais. Caicedo fez jogada pela esquerda e cruzou para Paví, que quase marcou, mas foi impedida por Mariza, que salvou a seleção.

Os minutos finais foram dramáticos. Gabi Portilho sofreu uma lesão no joelho, mas permaneceu em campo, enquanto Vitória Yaya levou uma bolada no rosto e precisou de atendimento. Ainda assim, a equipe brasileira resistiu.

Aos 49 minutos, Yasmim quase selou a vitória brasileira em cobrança de falta que explodiu na trave. Logo após, uma confusão entre jogadoras foi rapidamente controlada pela arbitragem. A Colômbia ainda tentou pressionar no fim, mas sem sucesso.

Com o empate, o Brasil terminou a fase de grupos invicto, com três vitórias e um empate. A equipe soma agora 10 pontos, suficiente para garantir a liderança do Grupo B. A Colômbia, com duas vitórias e dois empates, fechou com 8 pontos.

As semifinais estão marcadas para a próxima semana. O Brasil enfrentará o Uruguai na segunda-feira (29), em busca de uma vaga na grande final. Já a Colômbia terá a Argentina

O técnico Arthur Elias iniciou a partida com a seguinte formação: Lorena; Fê Palermo, Tarciane, Mariza e Yasmim; Ary Borges, Angelina e Kerolin; Gabi Portilho, Johnson e Dudinha. Entraram também Cláudia (goleira), Gio Garbelini, Duda Sampaio, Vitória Yaya e Marta.

A entrada de Marta na reta final do jogo animou o time e a torcida, mas não foi suficiente para mudar o placar. Ainda assim, sua experiência foi fundamental para a organização da equipe em momentos de maior pressão.

O empate foi justo diante das circunstâncias. Com uma jogadora a menos desde o primeiro tempo, o Brasil demonstrou consistência defensiva e resiliência para segurar a pressão colombiana. A atuação de Cláudia no gol foi segura, e a defesa brasileira funcionou bem, apesar da forte presença ofensiva adversária.

A Colômbia, por outro lado, criou mais chances, teve maior posse de bola e poderia ter vencido, mas parou nas boas atuações da zaga brasileira. A equipe sul-americana demonstrou organização, mas esbarrou na falta de pontaria.

Agora, o foco das brasileiras é o duelo contra o Uruguai. Arthur Elias terá que lidar com possíveis desfalques por lesão e suspensão, além de decidir quem será a goleira titular na ausência de Lorena, que cumprirá suspensão automática pela expulsão.