Dólar fecha a R$ 5,56 com incertezas sobre tarifas dos EUA e pressão no câmbio
A falta de negociação com os EUA sobre tarifas comerciais e o fortalecimento do dólar globalmente impactam o real, com dólar subindo 0,76%
DÓLARO dólar à vista fechou em alta de 0,76% nesta sexta-feira (25), alcançando R$ 5,5619, refletindo um cenário de incerteza política e econômica. O real foi pressionado pela falta de sinalizações concretas do Brasil com os Estados Unidos sobre a iminente implementação de tarifas de 50% a partir de 1º de agosto. Essa incerteza, combinada com o fortalecimento do dólar no cenário global, levou a moeda americana a retomar o patamar de R$ 5,56.
O mercado ficou atento à possível declaração de emergência do governo Trump, que está sendo preparada para justificar as novas tarifas. Segundo fontes internacionais, a medida é necessária para fundamentar a sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros, algo que ainda não tem uma base legal clara, já que os EUA possuem superávit comercial com o Brasil. A falta de acordo entre os dois países pesa sobre o câmbio, enquanto o dólar ganha força globalmente.
Na manhã de hoje, o dólar chegou a marcar uma mínima de R$ 5,5215 e uma máxima de R$ 5,5741. Embora o dólar tenha registrado uma queda de 0,46% na semana, no mês ele acumula alta de 2,35%. No acumulado de 2025, a moeda americana ainda está 10% abaixo dos níveis vistos no início do ano.
O fortalecimento do dólar foi notável não só contra o real, mas também em relação a outras moedas fortes e emergentes. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em comparação com uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,32%, alcançando 97,688 pontos. Especialistas apontam que o otimismo com possíveis acordos comerciais entre os EUA e países como a União Europeia ajudou a impulsionar a moeda americana, apesar da incerteza sobre a situação com o Brasil.
O pico do dólar ocorreu após a Bloomberg divulgar que o governo dos EUA prepara uma nova declaração de emergência, o que gerou especulações sobre o impacto das tarifas para o comércio entre os dois países. Especialistas no mercado financeiro, como Marcos Weigt, do Travelex Bank, indicam que a falta de uma base legal para as tarifas acaba gerando mais incertezas, apesar das tentativas de justificar as medidas.
O sistema de comércio exterior dos EUA atualmente conta com uma tarifa de 10% sobre os produtos brasileiros, mas para que o aumento para 50% se concretize, é necessária uma ordem executiva, que pode estar sendo elaborada pelo governo Trump. Essa movimentação cria um ambiente tenso para o comércio bilateral, com expectativas de que as tarifas tenham um grande impacto no fluxo de exportações entre os dois países.