Ataques a ônibus em SP: servidor do Estado é preso suspeito de danificar 16 veículos em 1 dia
Edson Aparecido Campolongo, servidor estadual, confessou participação em 16 ataques e está envolvido em crimes que feriram uma criança
VIOLENCIA EM SPA Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, prendeu nesta terça-feira, 22, Edson Aparecido Campolongo, um homem suspeito de participar de diversos ataques a ônibus na capital paulista e em municípios vizinhos. O suspeito foi identificado e teria confessado sua participação no vandalismo de 16 veículos no dia 17 de julho, além de estar envolvido em um ataque na Avenida Jorge João Saad, na cidade de São Paulo, que resultou em uma criança de 10 anos ferida por estilhaços.
Durante a prisão, a polícia apreendeu com Campolongo um estilingue e pequenas esferas de metal, utilizados nos ataques aos veículos de transporte público. A Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) confirmou a apreensão.
Servidor estadual e possível motivação
Segundo informações do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Campolongo é servidor estadual. O Estadão apurou que ele trabalha na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Em entrevista, o governador comentou a prisão e disse: "A gente tem feito uma série de prisões, hoje a gente fez mais uma prisão de uma pessoa que depredou uma série de ônibus, inclusive é servidor do Estado. Então, obviamente, a gente vai tomar todas as medidas cabíveis."
Tarcísio também afirmou que o número de ataques a ônibus diminuiu, com a média de um ou dois casos diários, e que a investigação está em andamento para descobrir todas as motivações dos ataques. "São ataques que têm motivações diferentes e a gente está investigando todas elas", destacou o governador.
Investigações apontam disputas entre empresas como motivação
A Polícia Civil investiga a possibilidade de que os ataques sejam parte de uma estratégia de empresas do setor de transporte público, que estariam tentando criar um clima de medo e desestabilização no setor, com o intuito de pressionar a Prefeitura de São Paulo a promover mudanças no sistema de transporte. Além disso, as investigações indicam que Campolongo pode ter recrutado outras pessoas para realizar os ataques.
Crescimento de ataques desde junho
Desde o dia 12 de junho, 530 veículos do sistema municipal de transporte da capital paulista foram depredados, segundo dados da SPTrans. Apenas entre segunda-feira, 21, e terça, 22, ocorreram seis ataques, que foram registrados em diferentes regiões da cidade. A Polícia segue com as investigações para identificar e prender os demais envolvidos nos crimes.