Iury de Oliveira | 22 de julho de 2025 - 13h25

Deputado convoca manifestações em Campo Grande e Dourados para apoiar Bolsonaro em agosto

Rodolfo Nogueira (PL) articula mobilizações em MS e no Brasil para "dar voz" ao ex-presidente após medidas cautelares do STF

DEFESA DE BOLSONARO
Entrevista coletiva de parlamentares da oposição na Câmara dos Deputados - (Foto: Alan Santos/Câmara dos Deputados)

A oposição ao governo federal segue se articulando após as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em meio a um cenário de reações à decisão, o deputado federal sul-mato-grossense Rodolfo Nogueira (PL), que participou de uma reunião nacional para traçar estratégias, anunciou a convocação de manifestações em diversas partes do Brasil, incluindo em Campo Grande e Dourados, no próximo dia 3 de agosto. O objetivo da mobilização é “dar voz” a Bolsonaro, mesmo sem a presença do ex-presidente nas manifestações.

A mobilização é uma resposta às medidas restritivas aplicadas pelo STF, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de Bolsonaro de se comunicar com seu filho, Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos. As manifestações serão realizadas em várias cidades do Brasil, com a ideia de que o evento se espalhe e seja uma demonstração de força para a oposição.

Em Mato Grosso do Sul, a agenda de atos está definida. Haverá um buzinaço na Praça do Rádio, em Campo Grande, e uma carreata na Avenida Marcelino Pires, em Dourados. Rodolfo Nogueira destacou que o movimento não ficará restrito a essas duas cidades. “Estamos organizando para que em todas as cidades que se mobilizarem, a manifestação aconteça. O tema será ‘Reaja Brasil’ e o foco é defender a liberdade”, afirmou o deputado.

A mobilização no estado terá apoio de lideranças de direita e está sendo amplamente divulgada, com vídeos e convites para a participação de apoiadores. “Queremos mostrar que estamos unidos nessa pauta da liberdade. O movimento é contra o que estamos vivendo atualmente. Estamos rumando para uma Venezuela e não queremos isso para as próximas gerações”, declarou Nogueira.

De acordo com Sóstenes Cavalcante (PL), líder do PL na Câmara, o objetivo principal da mobilização é “dar voz” a Bolsonaro e fortalecer sua imagem pública. Cavalcante afirmou que o ex-presidente possui um grande apoio popular, que se reflete em um exército de parlamentares e milhões de pessoas nas ruas. “A partir de agora, vamos intensificar as estratégias de comunicação para amplificar a voz de Bolsonaro”, disse ele, referindo-se ao ex-presidente como uma figura central na oposição ao governo atual.

A manifestação terá seu ápice na Avenida Paulista, em São Paulo, onde os últimos grandes atos pela anistia aos presos de 8 de janeiro ocorreram. O movimento ganhou força em fevereiro de 2024, quando mais de 185 mil pessoas se reuniram no local, mas a última manifestação, em junho deste ano, contou com cerca de 13 mil participantes.

Na última sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal, que cumpriu uma determinação do STF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo que fosse imposta a tornozeleira eletrônica e o recolhimento noturno de Bolsonaro, das 19h às 6h, como medida de prevenção ao risco de fuga. Além disso, Bolsonaro foi proibido de acessar redes sociais e se comunicar com seu filho, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde março deste ano.

As medidas fazem parte do inquérito no qual Eduardo Bolsonaro é investigado por sua atuação no governo Trump para promover retaliações ao governo brasileiro e ministros do STF. A investigação envolve também a trama golpista que visava barrar o andamento da ação penal contra o ex-presidente e outros envolvidos.