Justiça do Rio expede mandado de prisão preventiva contra rapper Oruam
Cantor é acusado de ocultação de menor procurado e de atacar policiais durante operação no Joá.
JUSTIÇAA Justiça do Rio de Janeiro expediu, nesta terça-feira, 22, o mandado de prisão preventiva contra o rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno. O cantor, filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, uma das maiores lideranças do Comando Vermelho, já havia sido preso em fevereiro deste ano por suspeita de favorecimento, mas foi liberado no mesmo dia.
O mandado de prisão foi emitido após Oruam entrar em conflito com policiais na noite de segunda-feira, 21, em sua residência, no bairro do Joá, zona oeste do Rio. A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) informou que o rapper e seus amigos impediram a realização de uma busca e apreensão contra um menor procurado por roubo.
Ação policial e acusação de favorecimento
De acordo com a polícia, Oruam é acusado de esconder o adolescente de 17 anos, conhecido como Menor Piu, e de incitar o ataque aos policiais responsáveis pela busca. O menor é considerado um dos maiores ladrões de veículos do estado e trabalha como segurança para Edgar Alves de Andrade, o Doca, traficante ligado ao Comando Vermelho e controlador do tráfico no Complexo da Penha.
A ação policial, que tinha como objetivo a apreensão do adolescente, começou quando a Delegacia de Repressão a Entorpecentes obteve um mandado de busca e apreensão contra o menor. A polícia, ao perceber a movimentação dentro da casa de Oruam, aguardou que o menor saísse para realizar a abordagem. No entanto, ao perceber a presença dos policiais, Oruam usou suas redes sociais para pedir ajuda e convocar pessoas para apoiar o suspeito, escrevendo "Quem tiver de moto brota no Joá" e "Me ajuda, eles estão aqui na minha porta."
Conflito com os policiais
Quando a abordagem foi feita, Oruam e outras oito pessoas surgiram na varanda da casa, atacando os policiais com pedras e xingamentos. A PCERJ informou que o ataque resultou em um dos policiais sendo ferido. Além disso, um dos homens que participou do ataque correu para dentro da casa, obrigando os agentes a invadir a residência para capturá-lo. Ele foi autuado em flagrante por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano e associação para o tráfico.
A polícia também mencionou que, em menos de seis meses, um integrante da facção criminosa foi encontrado novamente dentro da casa de Oruam. O rapper e os outros envolvidos no ataque se evadiram do local e continuaram atacando os policiais por meio de redes sociais.
O contexto e o relacionamento com o crime organizado
Oruam, além de ser filho de Marcinho VP, uma das maiores lideranças do Comando Vermelho, é acusado de ter ajudado a ocultar o menor procurado, dificultando a ação da polícia. As autoridades não confirmaram se Oruam foi formalmente indiciado, mas o mandado de prisão preventiva indica que ele enfrentará graves acusações relacionadas ao crime organizado e à resistência à ação policial.