Atlético-MG recorre de punição a Dudu e consegue suspensão de multa
Clube tenta reduzir suspensão de seis partidas por postagens ofensivas contra Leila Pereira e ainda espera liberar jogador antes do julgamento no Pleno do STJD
FUTEBOLO Atlético-MG obteve uma vitória parcial no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta segunda-feira (21), ao conseguir suspender a multa de R$ 90 mil imposta ao atacante Dudu. No entanto, o jogador segue impedido de atuar por conta da punição de seis jogos recebida após postagens ofensivas direcionadas à presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
O clube mineiro havia entrado com um pedido de efeito suspensivo completo, buscando anular temporariamente tanto a suspensão esportiva quanto a penalidade financeira até que o caso seja julgado em instância superior. A decisão do STJD, no entanto, atendeu apenas à parte do pleito, retirando a obrigação de pagamento da multa, mas mantendo o gancho de seis partidas.
Dudu já cumpriu primeira partida da punição
A suspensão começou a ser cumprida no domingo (20), durante a derrota por 3 a 2 para o Palmeiras, no Allianz Parque, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. Dudu ficou fora da partida contra seu ex-clube, marcando a primeira das seis partidas de gancho impostas.
Como o Atlético não tem compromissos pelo Brasileirão nesta semana, a diretoria trabalha com a possibilidade de que o efeito suspensivo integral seja concedido a tempo de liberar o atacante para o confronto com o Flamengo, no próximo fim de semana. O jogador também pode ser desfalque nos dois jogos das oitavas de final da Copa do Brasil, além dos duelos contra Red Bull Bragantino e Vasco.
Clube critica decisão e questiona tratamento desigual
A punição a Dudu foi definida na sexta-feira (18), de forma unânime, pela primeira instância do STJD. O atacante foi enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de "ato discriminatório", após publicar ofensas consideradas misóginas contra Leila Pereira. O episódio aconteceu em janeiro, logo após a saída conturbada do jogador do Palmeiras. Na ocasião, ele publicou nas redes sociais a sigla "VTNC", direcionada à dirigente.
A defesa de Dudu, representada por advogados contratados pelo Atlético-MG, argumenta que houve demora do tribunal para analisar o recurso. Além disso, o clube questiona o critério utilizado na punição, comparando com outras situações em que figuras públicas fizeram ofensas semelhantes sem receber sanções. Um dos exemplos citados foi a ausência de punição à própria Leila Pereira, que recentemente xingou John Textor, dono da SAF do Botafogo, sem ser denunciada.
Recurso ainda será julgado no Pleno do STJD
A diretoria atleticana aguarda agora a análise do recurso no Pleno do STJD, em uma tentativa de diminuir a suspensão ou revertê-la completamente. Até lá, o atacante segue afastado dos gramados por determinação do tribunal.
A estratégia do Atlético-MG é tentar acelerar o processo para que o jogador possa estar disponível nos próximos jogos decisivos. O clube considera a punição excessiva, especialmente em comparação com casos semelhantes que não geraram repercussão jurídica.
Enquanto aguarda a definição final, a comissão técnica já trabalha com a possibilidade de ter que montar o time sem Dudu em compromissos importantes do calendário nacional.
Caso expõe tensão entre atletas, dirigentes e redes sociais
O episódio envolvendo Dudu e Leila Pereira expõe mais uma vez o impacto das redes sociais no ambiente esportivo. A postagem do atacante, feita meses atrás, voltou à tona em meio à disputa judicial e acabou sendo usada como base para a denúncia no STJD.
O tribunal interpretou a ofensa como uma manifestação de cunho discriminatório contra uma mulher em posição de liderança, o que levou ao enquadramento no artigo 243-G do CBJD. A defesa de Dudu contesta essa interpretação e afirma que o conteúdo não teve motivação de gênero, mas sim um desabafo pessoal relacionado ao término da relação profissional entre jogador e clube.
O caso ainda promete novos desdobramentos, tanto no campo jurídico quanto esportivo, e reacende o debate sobre a proporcionalidade das punições aplicadas pelo STJD.