21 de julho de 2025 - 18h45

Petróleo fecha em queda com mercado cauteloso após sanções contra Rússia e risco de menor demanda

Novas restrições ao setor energético russo e incertezas sobre consumo global pressionam preços da commodity nos mercados internacionais

ECONOMIA
Exploração de petróleo - (Foto: Adobe Stock)

Os preços do petróleo registraram leve baixa nesta segunda-feira, 21 de julho, refletindo o clima de cautela nos mercados diante de novas sanções ao setor energético da Rússia e preocupações com uma possível retração na demanda global pela commodity.

Na bolsa de Nova York (Nymex), o barril do WTI com entrega para setembro caiu 0,15%, encerrando o dia a US$ 65,95. Já o Brent, referência internacional negociada na ICE de Londres, teve recuo de 0,10%, cotado a US$ 69,21.

O movimento de queda ocorre enquanto investidores avaliam os impactos práticos de mais um pacote de medidas restritivas, desta vez imposto pelo Reino Unido. O governo britânico anunciou 137 novas sanções que miram diretamente o setor de energia da Rússia, como parte dos esforços ocidentais para limitar o financiamento da guerra na Ucrânia.

Mercado ainda cético com eficácia das sanções

Analistas de mercado indicam que o impacto das sanções, pelo menos no curto prazo, ainda é incerto. Para a Phillip Nova, os preços do petróleo tendem a permanecer estáveis, oscilando dentro de uma faixa limitada, até que haja novos eventos que justifiquem uma mudança mais brusca. “Os mercados tentam decifrar as implicações das novas sanções da União Europeia ao petróleo russo”, avalia a corretora, em referência ao pacote aprovado pelo bloco europeu na última sexta-feira.

Já o banco ING avalia que a reação tímida do mercado reflete a falta de confiança na eficácia dessas medidas. Para a instituição, a proibição da UE à importação de combustíveis refinados em países terceiros, a partir de petróleo russo, seria a parte com maior impacto do pacote anunciado. Ainda assim, os efeitos dessa decisão podem levar tempo para se refletirem de forma clara nos preços.

Temor sobre a demanda também pesa nas cotações

Além do fator geopolítico, há incertezas ligadas ao consumo global de petróleo. A ameaça de novas tarifas sobre produtos internacionais, ventilada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, tem alimentado o temor de desaceleração econômica e, consequentemente, queda na demanda por combustíveis.

Em entrevista recente, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que o país não pretende fechar acordos comerciais às pressas, indicando uma postura mais cautelosa. “A qualidade é mais importante do que o ‘momento certo’”, disse, ao ser questionado sobre o andamento das negociações internacionais.

Expectativas mantêm petróleo em zona de estabilidade

Diante desse cenário de múltiplas variáveis, os investidores optam por uma postura mais defensiva. Sem sinais concretos de reações mais agressivas à nova rodada de sanções ou à política comercial dos EUA, o petróleo segue operando em patamares estáveis, com ajustes diários de pequena magnitude.

Ainda que não tenha havido uma movimentação brusca nas cotações, a tensão geopolítica e as incertezas macroeconômicas globais continuam sendo fatores de atenção para o mercado energético. Para que haja uma tendência mais definida nos preços do petróleo, analistas destacam a necessidade de eventos mais consistentes que impactem oferta ou demanda de forma significativa.

*Com informações da Dow Jones Newswires