Karina Ferreira | 18 de julho de 2025 - 15h10

Carlos Bolsonaro reage às medidas impostas ao pai e compara caso ao escândalo do INSS

Vereador do Rio usou expressão de baixo calão para cobrar investigação de 'algum suprassumo da democracia', sem citar nomes

POLÍTICA
Carlos Bolsonaro (PL-RJ) reagiu com palavras de baixo calão à ação do STF contra o pai. - Wilton Junior/Estadão

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) reagiu às medidas cautelares impostas ao pai pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comparando o caso ao escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

"O escândalo do INSS foi parar no rabo de algum suprassumo da democracia!", escreveu em seu perfil no X (antigo Twitter).

As fraudes em descontos feitos por sindicatos e associações na folha de pagamento dos aposentados e pensionistas foi exposta em abril. O escândalo levou à demissão do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao afastamento de servidores do instituto. O governo trabalha agora para ressarcir as vítimas dos descontos ilegais.

Mesmo com a tentativa de resgatar o assunto, as redes sociais estão dominadas por temas que envolvem a ação da Polícia Federal (PF) contra o Bolsonaro.

Levantamento feito pela empresa de pesquisa e inteligência de dados Nexus, mostra que oito das dez primeiras colocações dos assuntos mais comentados no X às 10h da manhã eram sobre a ação autorizada por Moraes contra Bolsonaro.

As medidas restritivas impostas ao ex-presidente, que foi alvo de mandado da PF na manhã desta sexta-feira, 18, incluem usar tornozeleira eletrônica, ficar em casa das 19h às 7h, em dias úteis, e durante todo o final de semana. Também fica proibido a Bolsonaro o uso de redes sociais, e de se comunicar com outros réus, diplomatas ou embaixadores estrangeiros.

Em outra publicação, Carlos se apresenta como "filho revoltado com toda a perseguição que meu pai vem sofrendo de forma criminosa". Réu por golpe de Estado no Supremo, Bolsonaro pode pegar 43 anos de prisão e já teve a condenação recomendada pela PGR nas alegações finais.

"Como filho, não é fácil ver o homem que mais admiro sendo tratado dessa forma. Dói ver meu pai sendo censurado, calado, proibido de sair do País, sofrendo buscas arbitrárias, enquanto assassinos e corruptos vivem de forma livre no nosso País", escreveu o vereador.