Redação | 18 de julho de 2025 - 13h23

Deputados de MS criticam ação da PF contra Bolsonaro e alertam para riscos à democracia

Deputados de Mato Grosso do Sul comentam operação da PF contra Bolsonaro e destacam riscos ao processo democrático

OPERAÇÃO
Os deputados Marcos Pollon, Rodolfo Nogueira e Luiz Ovando - (Foto: Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a Polícia Federal cumpriu mandados contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Como parte das medidas cautelares, Bolsonaro foi submetido ao uso de tornozeleira eletrônica e recebeu restrições de contato com investigados, acesso a redes sociais e recolhimento domiciliar durante a noite e fins de semana.

Deputados federais do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso do Sul manifestaram críticas à operação e expressaram preocupação com os rumos da democracia brasileira.

O deputado Marcos Pollon qualificou a ação como “mais do que uma agressão, um símbolo”, afirmando que representa uma escalada autoritária. “Eles podem prender qualquer pessoa a qualquer momento, sem justificativa”, disse, em vídeo publicado nas redes sociais. Pollon acrescentou que o Brasil corre o risco de seguir o caminho da Venezuela caso a situação política não se normalize.

Também nas redes, Rodolfo Nogueira acusou o ministro Alexandre de Moraes de agir em conluio com interesses políticos, em especial do Partido dos Trabalhadores (PT), e afirmou que as decisões judiciais afrontam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Já o deputado Luiz Ovando declarou que as acusações contra Bolsonaro são “tendenciosas e falaciosas” e que só poderiam ser aceitas por pessoas com “transtorno cognitivo”. Ele disse que Bolsonaro defende a justiça e o devido processo legal e criticou o Supremo Tribunal Federal por sua atuação política.

A operação da Polícia Federal incluiu buscas nas residências do ex-presidente em Brasília e no Rio de Janeiro, além da sede do PL. Além do uso da tornozeleira, Bolsonaro deverá cumprir recolhimento domiciliar das 19h às 7h e nos finais de semana, fica proibido de manter contato com investigados, inclusive o filho Eduardo Bolsonaro, e terá restrições para acesso às redes sociais e comunicação com embaixadores.

Foram apreendidos cerca de US$ 14 mil na casa do ex-presidente. A investigação apura suspeitas de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional, relacionados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que ele recebeu com surpresa e indignação as medidas cautelares e que sempre cumpriu as determinações judiciais. O PL ainda não se manifestou oficialmente.