Débora Louise | 17 de julho de 2025 - 13h45

"Certidões para ratificação fundiária terão validade de 90 dias", comemora Renato Câmara

A nova regra entra em vigor imediatamente e representa um marco para o setor rural de Mato Grosso do Sul, que reúne milhares de imóveis ainda pendentes de regularização

DIRETO DO GABINETE
Renato ao lados dos palestrantes durante seminário em Bela Vista. As certidões para terras de fronteira passam a valer 90 dias após ação da Frente Parlamentar - Foto: Divulgação | Flavio Retratista

A decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul de regulamentar o prazo de validade das certidões exigidas na ratificação de terras na faixa de fronteira é considerada uma vitória estratégica pelo deputado estadual Renato Câmara. Presidente da Frente Parlamentar de Limites, Divisas Territoriais e Regularização Fundiária, o parlamentar foi o responsável por apresentar a proposta que resultou na inclusão de um novo parágrafo no Provimento nº 309/2024, agora modificado pelo Provimento nº 336/2025, publicado em 1º de julho.

A medida estabelece que certidões de matrícula e transcrição com até 90 dias de emissão sejam consideradas válidas para o procedimento de ratificação — regra que garante mais segurança jurídica, evita a expiração escalonada dos documentos e reduz os custos para os produtores.

“Essa é uma das conquistas concretas da Frente Parlamentar após os seminários que realizamos em Dourados, Bela Vista, Sidrolândia e Rio Brilhante. Recebemos com responsabilidade e satisfação essa decisão do TJMS, que corrige uma lacuna e responde a uma demanda real do setor produtivo sul-mato-grossense”, afirma Renato.

Na segunda etapa da articulação, o deputado lembra que a Frente também entregou pessoalmente ao ministro da Agricultura um pedido de prorrogação do prazo nacional de ratificação previsto na Lei 13.178/2015. “Esse pleito já foi acolhido pelo Senado, por meio do projeto apresentado pelo senador Nelsinho Trad, e agora segue para apreciação na Câmara dos Deputados. Nosso trabalho continua, porque essa luta é pelo direito de propriedade e pela dignidade de quem trabalha na terra”, reforça.

A proposta acolhida pelo Judiciário surgiu dos debates promovidos nos seminários e ganhou respaldo técnico da Corregedoria-Geral de Justiça. No parecer assinado pela juíza auxiliar Jacqueline Machado, e aprovado pelo corregedor-geral, desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, ficou definido que as certidões — mesmo as de matrículas encerradas — devem ser recentes, mas com prazo de validade razoável, garantindo atualidade sem gerar burocracia desnecessária.

Renato Câmara é o articulador dessa mobilização estadual, que envolveu produtores rurais, cartórios, juristas e órgãos como TJMS, Incra, Famasul, Agraer, Funai e Receita Federal. Foi ele quem chamou atenção para o risco de perda de propriedades por ausência de ratificação e por falhas na divulgação da exigência federal.

A nova regra entra em vigor imediatamente e representa um marco para o setor rural de Mato Grosso do Sul, que reúne milhares de imóveis ainda pendentes de regularização.