Veja como votaram os deputados na PEC que atrasa contabilidade de precatórios
Com aval da Câmara, governo pode retirar despesas bilionárias do teto de gastos por até uma década
POLÍTICAA Câmara dos Deputados aprovou em dois turnos nesta terça-feira, 15, Proposta de Emenda Constitucional que permite ao governo não contabilizar os gastos com dívidas judiciais da União – os chamados precatórios – no limite de despesas do arcabouço fiscal a partir do próximo ano.
Foram 404 votos a favor da PEC, 67 contrários e três abstenções no primeiro turno. No segundo, 367 deputados votaram favoráveis e 97 contrários.
Os destaques do texto foram rejeitados, e o projeto volta ao Senado, onde deve ser votado nessa quarta-feira, 16, a pedido do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (União-AP).
A proposta também prevê que esses gastos só voltem a ser computados na meta fiscal em 2027, com cronograma de incorporação de 10% ao ano. Isso pode retardar em dez anos a contabilização total das despesas bilionárias no resultado das contas públicas.
Além disso, a medida também institui limite para o pagamento de precatórios pelos municípios e abre novo prazo de parcelamento de débitos das prefeituras com seus regimes próprios de Previdência Social e com o Regime Geral de Previdência Social.
O partido que mais divergiu internamente foi o PL, com 52 votos favoráveis à proposta, 23 contrários e uma abstenção. A orientação da oposição era para aprovar a matéria, assim como do governo. Mesmo assim, seis deputados petistas votarão contra, enquanto 52 foram favoráveis – também houve uma abstenção.