Gleice retoma preocupação de violências contra profissionais de Saúde de MS
MATO GROSSO DO SULA deputada Gleice Jane, líder do PT na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), usou a tribuna para reforçar os pedidos de melhoria das condições de trabalho dos profissionais de Saúde que atuam em todo o estado. Ela ressaltou esforços conjuntos dos deputados em cobrar do poder público mais respostas a médicos e enfermeiros que enfrentam rotinas exaustivas, falta de insumos para trabalhar, além da violência diária.
“Segundo dados dos Conselhos Federal e Regional de Medicina, que trouxeram preocupações, no país 12 médicos são agredidos por dia, em média. No MS, quase 3 médicos por dia também são agredidos. Os dados se agravam quando vem para Enfermagem, que são os que estão no dia a dia em contato direto com os pacientes. Cerca de 70% dos enfermeiros participantes da pesquisa no país já sofreram algum tipo de agressão. Destes, 83% são mulheres. E 86% delas não vão à delegacia fazer boletim, ou seja, são dados subnotificados”, lamentou a deputada.
A parlamentar ressaltou que tal violência reflete no atendimento à sociedade. “Estamos conversando no intuito de apresentar propostas, para que soubessem as preocupações que a categoria está sofrendo. Eles têm dois ou três empregos. Abdicam da sua vida pessoal e sofrem violências. Tenho a preocupação como nós estamos atuando. Também recebemos denúncias de medo quanto às gestões. O medo não pode ser um problema no atendimento do serviço público, em qualquer setor, precisamos ter atendimento de qualidade à população”, disse Gleice.
No dia 25 de junho a ALEMS promoveu audiência pública com a Enfermagem, em que uma profissional leu uma carta resumindo os desafios enfrentados. O documento foi apresentado por Gleice Jane aos parlamentares, em tom de preocupação. “Ela disse que já sofreu dois episódios de violência física, que a marcaram imensamente. Quantas vezes, exaustos e responsáveis para não deixar os plantões, não foram à delegacia? Registrar é dar visibilidade ao problema. É responsabilizar o agressor. É criar dados que sustentem mudanças institucionais. É proteger outros profissionais que, amanhã, podem estar na mesma situação”, relatou Gleice nas palavras da enfermeira - leia a carta na íntegra aqui.
Lia Nogueira (PSDB) parabenizou a iniciativa de ressaltar o tema. “Eles enfrentam onda de violência e hostilização, em que políticos usam espetáculo midiático para incitar o ódio contra médicos e enfermeiros. Vimos em Douradina, o médico assassinado no posto de Saúde. Na capital também não é diferente. Cenário crítico e preocupante. Quando o poder público deixa de oferecer um atendimento com qualidade, onde falta insumo, faltam profissionais, agilidade, a população terceiriza essa culpa. Na ponta desses profissionais temos, principalmente, mulheres. Hoje na Enfermagem temos mães provedoras dos lares, que saem e não sabem se vão voltar. Salvam todos os dias as vidas e são expostas de forma deplorável. Me somo à preocupação”, disse a deputada que eé autora da Lei Estadual 6.401 de 2025, que prevê a Semana de Ações e Combate de Violência Contra Profissionais de Saúde.