Redação | 11 de julho de 2025 - 14h40

Presidente da ALEMS pede calma e maturidade em reação às tarifas dos EUA

Gerson Claro diz que Brasil deve manter diálogo e não politizar a resposta ao anúncio de Trump sobre aumento nas taxas de importação

DIPLOMACIA
Gerson Claro pede diálogo e maturidade na resposta do Brasil às tarifas anunciadas por Trump contra produtos brasileiros. - (Foto: Divulgação)

Na sessão plenária desta última quinta-feira (10 de julho), o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Gerson Claro (PP), preferiu não levantar a voz nem bater na mesa. Em vez disso, pediu calma. Ao comentar o anúncio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a cobrança de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o deputado defendeu uma resposta sem brigas, com diálogo e maturidade institucional.

Segundo ele, o aumento de tarifa anunciado por Trump não pode ser visto como algo pessoal contra o Brasil. “A política utilizada pelo presidente Trump não é com relação ao Brasil e nem poderia ser. Infelizmente, aqui no Brasil o assunto se tornou mais político e ideológico do que uma política de tarifa que é comum entre os países”, afirmou.

Gerson pediu que o tema não seja tratado com base em brigas políticas. Para ele, o presidente Lula deve liderar as negociações com equilíbrio, deixando de lado disputas ideológicas. “Essa não é uma questão ideológica. A responsabilidade é do presidente Lula de tocar essa política independente do seu posicionamento político. Ele é o chefe de Estado e acredito que terá a capacidade de negociar com serenidade, como tem feito com países como China, Rússia e Irã”, pontuou.

Ele também lembrou que Mato Grosso do Sul pode sentir o impacto diretamente, já que o estado exporta carne, celulose e etanol para os Estados Unidos. “O maior problema no Brasil é o aço, mas aqui no nosso estado temos produtos que dependem de uma boa relação comercial com os Estados Unidos. Essa balança comercial precisa ser equilibrada com diálogo e bom senso.”

Entre janeiro e abril deste ano, MS exportou cerca de R$ 315 milhões para os EUA. Os produtos mais vendidos foram carne bovina congelada, celulose e ferro fundido, de acordo com dados do Comex Stat.

No Congresso, o debate sobre como responder ao aumento das tarifas envolve a Lei de Reciprocidade Comercial, relatada pela senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP). A nova lei, sancionada em abril, permite que o Brasil adote medidas de retaliação, como suspender acordos e até regras de propriedade intelectual contra países que impuserem barreiras comerciais de forma unilateral.

Apesar disso, Gerson Claro reforçou que a melhor saída ainda é o entendimento: “Acredito que o presidente da República irá exercer seu papel com equilíbrio e buscará uma conversa pacífica com o presidente americano, para que possamos chegar a um bom termo. O caminho é o da diplomacia”, concluiu.