Governo e Congresso negociam solução de meio-termo para o IOF
Negociações tentam amenizar os ânimos entre os poderes, dando alguma arrecadação ao governo, mas também liberando emendas de comissão, que não são de execução obrigatória
ECONOMIALíderes partidários indicaram ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que aceitam negociar com o governo Lula o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em patamar inferior ao pretendido pelo Ministério da Fazenda, dentro de uma lógica apenas regulatória.
No Congresso, a saída desenhada é que a Fazenda reduza a arrecadação para menos de R$ 5 bilhões, compondo a sua necessidade de caixa com outras medidas de arrecadação, como a redução linear dos benefícios tributários em 10%, como prevê projeto de autoria do deputado Mauro Benevides (PDT-CE), que teve a tramitação acelerada e aprovada na Câmara na terça-feira, 8.
Como mostrou o Estadão, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) disseram a Motta e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que o governo vai insistir na defesa da legalidade do aumento do IOF. Para governistas, a discussão não se resume ao reajuste pontual, mas na prerrogativa do presidente em fixar as alíquotas do IOF.
Outra proposta
Os líderes também sinalizaram a Motta que é possível discutir a medida provisória enviada pelo governo com iniciativas adicionais de arrecadação, como a taxação de bets e de aplicações financeiras como as LCIs e LCAs em 5% de Imposto de Renda - cujo relator é o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Em troca, esperam que o governo, junto com a presidência da Câmara, comece a liberar pagamentos de emendas parlamentares de comissão, cuja execução não é obrigatória.
Motta afastou ainda a ideia de parte dos deputados para que as medidas de arrecadação fossem incorporadas ao texto que propõe a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, sob relatoria do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.